quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Parabéns!

- Um relacionamento pode ser sério;
para quê tanto mistério?

- És capaz de brilhar no escuro;
para quê ser tão duro?

- Tanto silêncio soa-me a barulho;
para quê tanto orgulho?

- Podias dizer que tinhas saudades;
é a última das verdades?

- Podia mas não quero, compreende;
assim quem se arrepende?

- Assim? Como? Como assim?

- Assim. Como. Como assim.

- Não te percebo nem por um instante.

- Não percebes que é tudo um instante.

- Não.

- Sim.

- Talvez.

- Sim.

- Não.

- Sim.

- ...

- Parabéns!

- Obrigada.

- De nada.


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Estes olhos...

Estes olhos... hmmm... cheiram a magia!
Hipnotizam... e como isso me contagia!
Serão verdadeiros ou uma pura mentira?
Olhos postos nos olhos, ninguém mos tira.

Mais do que apenas ver algumas cores,
são atentos, viperinos, caçadores,
mais do que limita a imaginação;
como descrever o que estes olhos são?

Estes olhos, que respiram desejos,
estes olhos, que são lábios e beijos,
ora castanhos-terra e verdes-mar,
contra a maré há que remar, remar...

Estes olhos dum telúrico matizado,
haja luz e nunca um pólo dilatado,
escuro, onde furtivos, até vulpinos,
perseguem suas presas, clandestinos.

Estes olhos conseguem ser algo sério,
mesmo doces e envoltos em mistério,
estes olhos que destilam os sonhos
que sugerem a outros olhos, bisonhos.

Estes olhos são vivos e curiosos,
ingénuos-bebé ou velhos-manhosos?
Como posso aferi-lo quando os venero,
será que o belo pode ser tão sincero?

Como ter a certeza sobre a realidade;
sou um sonhador e o que é a verdade?
Fecho os olhos e recuso essa visão
mas assim adormeço e é igual a ilusão...