sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Pois o bem que advém não tem qualquer preço!

Um tudo ou nada ansioso mas certo
das incertezas que vou compilando:
paro!, sonho!, sorrio!, sonho! e ando
para a frente pois é sempre mais perto!

Olhos fechados e sorriso aberto
ao ver o oásis que vou criando:
ajoelho, deito, rebolo e mando
mensagens aqui do fim do deserto!

Tão longe e tão perto que é aqui mesmo;
às vezes penso se não foi a esmo
que joguei, sem pretensões à taluda!

Mas a verdade é que tive uma ajuda
e mesmo sem ter pedido agradeço,
pois o bem que advém não tem qualquer preço!

Felicidade

Felicidade é ter toda a certeza
do que se quer e estar pronto p'ra luta!
Se ele é um bom amigo então escuta
todos os conselhos que te dá à mesa!

Felicidade rima com beleza
em dias de chuva que o sol permuta
com borboletas, flores e neve enxuta
até seres abraçado com firmeza!

Sinto-me tão feliz e estou sozinho,
descobri na encruzilhada o caminho
para esse local outrora vedado!

Não esperes mais pelo meu regresso,
não quero mais porque tenho o que peço:
um lugar no Mundo p'ra mim reservado!

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

consequências da não desistência

... e da pouca esperança que me resta, és muita...

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Nada dizendo...

Nada, não digas nada, não vale a pena
porque não adianta nem mereço
a atenção, a amizade e o apreço
que prestas a esta alma tão pequena...

Mas e se eu quiser dizer?

Não dizes! Devias tê-la perdido!
A sério, muito mau, foi impensado!
Onde tinha a cabeça? É escusado
e vais dar o tempo como perdido...

Não és só tu que tens medo...
Não és mesmo...
Não sei por que pensas assim...
Não sei mesmo...

Também não sei...

Eu não sei o que te diga
mas digo sempre a verdade:
não há mal que não persiga
a quem sofra de ansiedade,
não há vitória alcançada
quando não vais competir,
pensas que não vales nada
se tens medo de existir.

E por mais que me digas o contrário
esses teus olhos são sempre sinceros,
se vivesses num mundo imaginário
os comentários não eram austeros,
mas vives neste, finito e precário,
e à sua semelhança são feros!

Zangas-te? Ou te zangaste?
Tempo, sempre relativo...
Recordas-te ou recordaste?
Pararia mas se vivo
mais é por ter atenção
ao sal que se adiciona,
e que blinda a repulsão
que tanto me condiciona.

E se acreditasses no que te digo
esses momentos eram poesia,
por mais que tente sei que não consigo
pregar sozinho a esta freguesia,
mas vivo nesta e sinto-me em perigo
por poder ouvir tudo o que dizia!

A tensão superficial, nada superficial, atenção, blindada!,
no seu canto escuro onde a vigia é constante, não vá haver interrupções...
Não posso ver, não quero ver, há monstros escondidos e de tez zangada,
prontos a visitar-me em sonhos para roubar a memória das emoções!

Sim!
Não!
Sim, pode ser...
Não há monstros...
Sim, tens de perceber...
O quê?
Monstros e seus rostros...
Certo.
Esquece...
Não!
Sim!

Em fase de negação...
Em fase...
Faz!
Faz bem!
Bem não faz...
Mas faz...
E...

A água escorre e...

E não vale a pena e...

E volta ao início e...

E volta ao fim e...

Deu uma volta.

Um nó.

Cego.

Seco.

Que por incúria
descurou a cura
e apenas por fúria
destilou secura
e retirou a essência
por não ter paciência...

Cheira-me...

Cheira a mar. E a mar
é que se quer,
e cheira a incêndio...
E o ar tem fumo...
Acende-o.
Mas como?
Parece um jogo,
combater fogo com fogo,
mas se resulta...
Resulta?

Envidam-se esforços...
Com reforços...
Sem remorsos...
Ou com...
Com...
Contente.
Queres que tente?
Eu tento.
Aguento!
O unguento.
É forte.
É.
Até é.
Sim.
Pois.
Exacto.
Isso.
Ora...

Ora bem, vamos lá ver onde encaixa.
A menina Pandora, o que é que acha?
- Hmm... Tudo te dou e tudo te tiro:
deixa-me em paz, que é o que prefiro.

Certo. Em paz. Te deixo.
Hoje já não me queixo.
Hoje já não te chamo.
Hoje já não te sei dizer o que disse outrora.
Olha lá para fora.
O céu está cinzento.
Mas como se é Verão?
Oh, porque eu cimento
assim o teu serão.
Não há Sol.
Nem Lua.
Nem luz.
Nem mais...

Quem quer mais porque hoje a liquidação é total?
Ouçam as minhas palavras pois é fundamental!
Percebam que nada tenho a ganhar com tal oferta!
A vitória é vossa, a vitória e fácil e certa!
Fecha os olhos... Vou-te vendar...
Tenho uns segredos a desvendar...
Podes ouvir mas não olhar,
quer dizer, se calhar...
Se calhar é injusto...
Mas a verdade é que tudo tem um custo...

E uma vez
eram duas,
ou até três,
luas
e estranhava-se,
entranhava-se,
alinhava-se
pelo mesmo diapasão
toda a frequência
sonora e luminosa...
Goza, goza...
Mundo paralelo?
Era bem belo...
Azul, verde e amarelo,
e estrelas saltitantes!
Antes fosse, antes...

Antes ainda havia uma cancela
que abria o caminho à Verdade
e ela saltava por uma janela
para encontrar a Mentira,
uma relação proibida,
o Amor a foder a Vida,
e a Justiça cega vira
que ali não havia Futuro
e a Desgraça sorriu!
E a Luz caiu no escuro
e apagou-se e fugiu
e ainda hoje não voltou
a ser vista e mais ninguém gostou
das trevas assim lançadas!
Populações assustadas,
pânico lançado,
Desgraça e Morte lado a lado
a beber a água estagnada
da lagoa alterada
pelos corpos putrefactos:
é um facto que são factos,
tudo deitado pelo chão
pela imprudência duma paixão...

Não interrompes,
muito pelo contrário...
Nem sequer me corrompes
quando é necessário
porque os rios correm numa só direcção...
Os rios são como são...
Açudem-nos, barragem-nos, esterilizem-nos
e mesmo assim correm em direcção ao mar...
Porque há sempre um destino que nos vem chamar...

Não! Não! Nããããããão!
Eu quero subir o rio!
Com esta jangada de ideias!
Xiu!
Aqui não há panaceias
para a tua doença...
A tua doença chamada crença.
Que se trata num asilo,
aquilo
a que os povos chamam realidade!
Uma nulidade!
Exactamente!
A sociedade!
Efectivamente!
A realidade,
sempre aparente,
é que não há unidade
e que só tu estás doente
quando só tu estás minimamente são...
Chamam-lhe teorias da conspiração...

Corre!
Dá-lhe brita!
Dar brita inspira muita gente!
E a gente anda descontente!
Porque a gente não acredita!
E morre...

Um manual de auto-destruição,
sempre actual...
Factual...
Irrepreensível,
irresponsável,
incrível,
improvável
mas possível...

Até ao dia, ou à noite, em que o acto se consuma...

Não há razão nenhuma que possa justificar o acto que tens em mente,
jovem,
tu estás doente!
Olha à tua volta e tudo o que temos para te oferecer!
Betão, alcatrão, poluição e outras maravilhas da civilização
que com toda a certeza farão as delícias dos teus sonhos capitalistas!
Não desistas!
O comunismo acabou para bem dos nossos pecados!
Agora somos felizes e bem educados!
É tudo tão transparente e puro e correcto que nunca há enganos!
Perfeitos! Megalómanos! Deus nos abençoe! Olé!
Duas bandarilhas e festa brava durante uma dúzia de anos!
Porco no espeto e outras iguarias gratuitas para todos! Ah pois é!
Ah...
Ah pois...
É...
- Digam-me só uma coisa, se não for muita a maçada,
mas por que é que tudo o que dizem é nada de nada?!

Nada de nada...
Nada...
Nada mais...
Atravessa o mar se for preciso...
A nadar...
Nada...
Nada...
Nada...
Nada...
Nada...

A nadar nada dizendo
alcanças o porto
e daí tens um cruzeiro de luxo
até um belo horizonte
onde o sol não se põe...

E as feiticeiras que aparecem no caminho
para incomodar a tua saga
são apenas ilusões
que aparecem nos teus receios
e que evaporam no ar
à medida que percebes
que não estás só.

Toda a determinação que te acompanha
e que nada contigo
nunca te apanha
porque o que te digo
é tão simples se o puderes compreender...
Só te falta aprender...
A ouvir...
E tu ouves nada...

E tu...
Tu...

Tu...

E eu...

E...

Nada...

Não digas nada...




segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Três meses e sempre...

Fevereiro, Setembro, Outubro,
meses de sentimento rubro,
dou voltas e nunca descubro
o mês, destes três, em que habito...

Ora frio, ora quente e morno,
cheguei a um ponto sem retorno,
regressar seria um transtorno,
se possível, mas não admito...

Dia e noite e sempre celeste,
não sei se te ame ou te deteste,
se simulo que estou a leste
é porque rumo ao infinito...

Invisto no nunca antes visto,
é um hábito em que insisto,
revisto-me no que acredito
e imortalizo-o por escrito...

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O isqueiro branco...

Nem sempre o conforto do lar nos deixa menos tristes;
se não te posso abraçar, para quê saber que existes?
Acende uma vela e reza para que não se repita;
a melhor religião é aquela em que se acredita...
Toma, guarda este isqueiro que tiro do bolso, branco,
já não me faz falta e usa quando estiveres de banco,
não se sabe quando precisamos de atear o fogo
assim como não se mudam as regras a meio do jogo
e como não se sabe quando temos de ir em viagem
para um destino distante e com pouca bagagem...

Por mais que tentes, as lentes amplificam a luz,
que emana dos corpos que deixam o peso da cruz
que sempre carregaram desde o sagrado baptismo,
turvam a visão, que ironia, e o meu cepticismo...
Foi verdade, foi mentira, parece fantasia,
uns dias erva, outros quatro paredes, outros maresia,
todos eles uma companhia e momentos de paz,
o que uma cara bonita, jovem e imatura faz,
há cheiro, há cor, rosa e baunilha e coco em perfume,
pega nesses voláteis, no isqueiro e chega-lhes lume!

Arde... Arde... Arde... E faz-se tarde para o resto da nossa vida...
Siga! Em frente! Contente cantando no meio da gente!
Falso, tudo falso, siga em frente, amanhã futuro!
Dei-te o meu isqueiro branco e agora estou no escuro...
Não preciso mais dele porque tu é que me escapaste,
não há luz acesa pois a tua hoje mesmo a apagaste,
há esperança... Num raio de Sol... Mas nem há Lua...
Há a realidade e essa é descolorida, crua,
estéril... e contigo chegou a ser tão bela...
Guarda o meu isqueiro para um dia me acenderes uma vela...

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A observação atenta da arte de lavar o chão.

Movimentos circulares,
ciclos circadianos,
opiniões angulares,
inverdades, desenganos
e muita água corre...

Lixo outrora residente,
um sem-abrigo forçado,
entranha-se mais, impotente
à força de ser lavado,
e pelo cimento escorre...

É preciso um detergente,
menos tensão superficial,
fosse vista a não aparente
e este dia seria especial
pelos caminhos que percorre...

Ainda é pouca a altura
quando não há certeza
e até magoa a brancura
quando não significa beleza
e em pecado incorre...

Maculam a calçada imaculada
a água, vassoura e trabalho:
para quê se logo fica manchada
a cada passo dado no soalho?
Tal como se nasce e logo se morre...

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Mentira, verdade, sonho, esperança e fim.

Mentiras, que tu vais negar,
mesmo mentindo devagar,
um dia o dia há-de chegar
mas nunca se vai apagar
a memória do nosso ougar...

Contarás toda a verdade,
até lá vivo na ansiedade
que é a eterna saudade
desta já mais do que amizade
que o meu peito aperta e invade...

O sonho, que o tempo esmorece,
que cada vez mais me parece
que a espera ninguém merece,
afinal ele até se esquece
ainda que não o quisesse...

Para quê a alegre esperança
caída triste na lembrança?
Se este meu braço não te alcança,
e se a luta é duma criança,
quero crescer com confiança!

Restam sempre as doces memórias,
amargadas, mesmo vitórias,
em poesias aleatórias
pois circunstâncias peremptórias
findam as mais belas histórias...