segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A receita para a parasitose!

Como me livro deste parasita
que perante a carne nunca hesita?
Rasga-me a pele, chupa-me o sangue
e ainda espera que nunca me zangue!

Como me livro deste parasita
que se apresenta de cara bonita?
Come-me por fora e até ao tutano
e se me insurjo chama-lhe um engano.

Como me livro deste parasita
se lhe pago eu a casa onde habita?
Não tem pudor e faz-se convidado,
se eu o censuro sou eu censurado.

Como me livro deste parasita
se está tão entranhado que até me irrita?
- Irritas-me a pele e todas as mucosas,
sustento-te a vida e ainda me gozas!

Como me livro deste parasita
que tudo quanto diz ninguém acredita?
E mesmo assim ele nunca se cala;
já a mim tira-me o juízo e a fala.

Como me livro deste parasita
que sentindo poder logo se arrebita?
O poder é meu pois eu te carrego!
Eu abri os olhos, o poder fez-te cego!

Como me livro deste parasita
se a minha vida é por ele escrita?
Apenas tira-se a pena e faz-se um poema
e cada acção pequena resolve o problema!

Como me livro deste parasita
cuja idiossincrasia não se evita?
Evito-me eu do teu temperamento,
para me curar chegou agora o momento!

Como me livro deste parasita
cujos meus bons exemplos nunca imita?
A exemplo disso faça-se a mudança,
enquanto há Portugal ainda há esperança!

Como me livro deste parasita
que todos os cêntimos me debita?
Tira-se-lhe a mama e dá-se-lhe um caralho,
que suba por ele até avistar um trabalho!

Já me livrei deste parasita
pois a minha mente é-lhe restrita;
a cura é possível (é a minha única crença),
mate-se o parasita e cure-se a doença!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Os motivos que levam dois jovens a querer viajar à boleia à hora do fim da tarde, seja lá essa a hora que for...

Plim!
Pum!
Pliiiiiiiiim!
Puuuuuuuuuum!

:o
:)
:o
:(
:o
:p
:p
xD
XD
;)
;(
;p
:P
:1

E fomos tomar café...

O início do fim das coisas visíveis

Este foi... o início do fim das coisas visíveis!
Ou talvez tenha sido o desabrochar das risíveis?!
Não quero saber!
O tecto desaba com o peso da responsabilidade
que é viver esta crise do quarto de idade,
seja lá isso o que for...
Pois não quero saber, já disse!
Mas, na eventualidade de mudar de opinião,
os alicerces vão segurando as paredes
e impedindo que tudo desabe
porque, bem se sabe,
a casa tem de estar de pé para arder!
Casa a arder! Trancas à porta!
Fuga adiada e a planta está morta!
Morreu de sede e sabemos o que significa,
aquela planta que me estupidifica,
que me deu asas para voar e agora aterrou,
no sofá onde antes o romance me errou
e tive de corrigir tudo a vermelho e ficou feio...
Já leio, calma que já o leio!
O romance? Não! O poema!
A verdade? Não, o problema!
Qual problema? O existencial?
Não, o racional ou emocional!
Não percebo!
Nem eu!
Nem tu percebes!
Mas estás a ler...
Estás a ver?
Ninguém percebe...

Contudo, um dia, num vale sombrio,
onde agora é areia houve um rio
em que navegavam barcos de papel,
feitos por seres bonitos, doces como mel,
mas ninguém os comia! Por respeito,
apenas por respeito, e não por vontade,
porque eram irresistíveis, de verdade;
pois um dia quebrei as regras e provei
e o que me aconteceu foi... sabedoria!
Gostei e repeti e foi muito bom!
E sou um assassino! Assassino!
E contribuí para um desequilíbrio populacional
entre estes seres vivos melíferos
irresistíveis para mamíferos.

Acordei do sonho e era tarde,
o Sol brilhava no céu e a febre com que arde
é só comparável à minha vontade
de me empanturrar até à saciedade
de raios de luz!
Olhei para o Sol, e com medo de não me chegar,
abri mais os olhos até a sua luz me cegar
e quando me achei cego mas iluminado
acreditei que tudo tinha compensado,
tudo o que fiz para chegar até onde estou:
um lugar ao Sol que me cegou.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Isso é muito Álvaro de Campos ou Alberto Caeiro, já não sei...

Irrita-me! Profundamente!
Estar sozinho acompanhado pela gente!
Sabes o que é? Ok, tu sabes o que é!
Beber tanto e conseguir estar de pé!
Ver-te a cambalear de saltos altos!
Enfim...
Essa profissão não é para mim...


La la la la la la la,
que eu hoje estou muito contente,
adormeci ao sol, cálido de tão quente.
Sinceramente...
Não! Não digo mais nada!
Estás apenas a ficar chateada...
Só digo coisas sem nexo
e não precisas deste mundo complexo
em que habito...
Mas em que acredito!
Oh sim, eu acredito em estradas feitas de imaginação!
Não sabes como são?
São... etéreas!
Aéreas!
Hey, então o trabalho? Hoje faltaste!
E quando menos esperavas... desligaste...

Liga-te ao mundo!
Ao Mundo! Com letra grande e bem visível!
Eu sei, e tu sabes, que é incompreensível
tudo aquilo por que nos fazem passar...
Mas vamos esquecer isso tudo por agora!
Ah e tal, está muito frio lá fora!
Temos de ir para os copos para aquecer,
porque tem muita força o que tem de ser,
e não sei mais que te diga... mas eu digo!
Atenção que eu digo! Eu sei que consigo!
Só não sei é o que queres que eu diga
mas não quer dizer que eu não consiga...
E siga!
Siga!

Quanto aos malucos que regem o nosso sistema solar,
aqueles que eu gostava de, mas não consigo, os calar,
é tudo, como tudo o resto, uma questão de energia:
quando encontrar alguém mentalmente são acreditarei em magia...

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

e o resto já se sabe...

O perfume irá acabar mas nem foi preciso esperar tanto tempo... Não me quero repetir mas o resto já se sabe. É algo que me custa a perceber, o porquê desta volatilidade! Volátil! Volátil! Que Mundo volátil! Hoje é, amanhã não! Não?! Por que não é?! Que mudou! Tudo! Nada! Sei lá... E muda mesmo... E o perfume, bem, fica na memória e sabes sempre que é o melhor que cheiraste até então! Embora nunca mais o cheires. Sabes, o perfume muda conforme a pessoa e nem todos estão ao nível do perfume que usam. E usam e abusam e maltratam um bom cheiro com a sua personalidade! Então perdeu-se um bom perfume mas uma não tão boa pessoa. Eventualmente alguém o terá e será melhor e encaixa e então sabes que, enfim, pelo menos desconfias que poderia ser tudo diferente com alguém assim! Mas é sempre tudo diferente em cada momento, em cada lugar e mais uma molécula aqui e mais um átomo acolá e tudo flui de um modo a que não estamos habituados, um modo não estudado, um modo livre e energético sem complexidade, apenas naturalmente! A energia flui sem nos apercebermos e o resto já se sabe...
E assim fecha-se um ciclo, para começar outro:

Não me quero repetir

Não me quero repetir,
não te quero aborrecer,
mas o que estou a sentir,
e é tão estranho acontecer,
é algo que não cabe em mim,
que me infla demais o peito
como se fosse o inevitável fim,
como se fosse o início perfeito,
e não sei o que é isto!,
pois já por tanto passei
e há sempre algo nunca visto,
algo que nunca antes pensei...
E oscilo, pendularmente,
ora de uma tristeza fria,
ora de um calor de contente
e feitas as contas, sobra alegria!
E este outro nó na barriga
há já algum tempo escondido...
Sabes, nem sei que te diga,
é como se me tivesse esquecido
que são sempre estes os efeitos,
de alto astral e baixia de mar chão,
a visão isenta de defeitos,
a beleza pura da paixão,
a comoção, a sensibilidade,
o olhar cativo numa cativa,
pioneiramente repetida a saudade,
esta inesperada força viva,
este caixão destapado e vazio,
este jazigo soalheiro e abandonado,
este renascer do granito frio,
este sagrado feito de pecado,
este contentamento inesgotável,
esta dúvida constante persistente,
este síndrome que é tão estável,
esta doença que me faz tão carente...
E penso em ti a toda a hora:
"Onde estará? Como se sentirá?
Estará bem? O que faz agora?
Será parecido o que ela sentirá?".
Comove-me a beleza das flores,
sensibiliza-me o azul do céu,
alegra-me qualquer uma das cores,
é misteriosa a noite cor de bréu,
é tão agradável o amarelo do Sol,
é cristalino o verde azul do mar,
o listrado alvo-rubro dum farol,
a iridescente cor que é amar...
Amar... o que é tal sentimento?
A saudade esquecida retomada?
O clamor mudo, um tormento?
É tudo, é demais e será nada?!
Não, recuso acreditar que nada seja!
Pois já isto senti e julguei ido
até ao momento que a tua boca me beija...
Então tudo é vida e fico estarrecido,
toco o teu rosto, qual escultura,
pois sinto a tua mão, e sou camaleão,
tacteio a maior perfeição da natura
e percebo-te, pois o sinto, Pigmaleão
mas tenho mais sorte do que o teu mito,
este é de carne e osso e emana fervor,
e traço o rumo em que mais acredito,
e não preciso de outra deusa um favor
porque Afrodite é de quem tenho escrito!
Porque o destino tem sido favorável,
porque grego me verei nesta guerra
e lutarei até ser-me inevitável
cumprir o destino maior da Terra:
a sobrevivência! E quem ma permite
se não tu, frase-mistério de Canarim,
realismo surreal de Magritte,
ora fora, ora aqui, e nesse interim
houve tempo, e isto é inacreditável,
para um tudo completo que é nada,
para ver meio Mundo e descobrir
que basta uma face meia iluminada
que pára o tempo para o Sol abrir,
um soalheiro momento atemporal,
um vale de sonho que percorro,
a terra prometida, o mais fértil aral,
onde saltitando estes versos discorro
pois que haverá quem os leia,
pois que há a quem se destinam
e que não me liberta desta teia
em que recuso ser dos que procrastinam.
Chegou a hora, chegou a tempo,
chegou quando chegou e chegou forte,
não penses que chegou a contratempo,
chegou, talvez, por simples sorte
mas cá está, ca estás, e cá estou
e cá estamos e não descanso
porque uma vez já se conquistou
e acredito que o ainda alcanço.
E não vou dar mais voltas ao texto
porque é simples o que tenho a dizer,
não preciso de qualquer pretexto,
és tu quem me dás da vida o prazer
e é em ti que penso, por ti que anseio,
és tu quem quero, o sonho que reclamo!,
já foi mal uma vez mas apesar desse receio
como o posso esconder à única pessoa que amo?

23-7-2011

[aliás nem a ela nem a ninguém, nada a esconder ehehe]

A JOANA

Joana, Joana, ...
Como te posso descrever?
Se para o que estou a ver
não encontro as palavras certas,
nem para os sentimentos que despertas...

Começo numa pestana:
os olhos são cativantes!
Pestanejas e são tão brilhantes;
as tuas bochechas rosadas na boca desembocam
os teus lábios pulposos, perfeitos, e que sonhos me provocam...

Como a tua face me ufana
quando nos olhos te miro!,
doces avelãs por que suspiro
quando me agrilhoam, à média luz,
lindas, cristalinas, numa sombra etérea que me seduz...

Mas não há outra gana
comparável ao meu apetite
pela tua expressão de Afrodite
quando, e nem tanto era preciso,
me perco na beleza ímpar do teu sorriso...

E não sabes como me dana
ter as tuas mãos nas minhas
e voltar a ter as minhas sozinhas,
isentas do calor confortável desse toque cálido,
pois sem as tuas mãos experientes sinto-me esquálido...

E de ti, flor, se emana
tal perfume que contagia!
Sou-lhe sensível, qual alergia,
o aspiro e o suspiro que exalo
faz-me ébrio, recolho-me do mundo e me calo...

E ouço essa voz de soberana,
vejo esse teu nariz empinado,
o rosto altivo que é curvado
nesse gesto só teu, inimitável,
que por ser tão teu e enervante torna-se... agradável!

És a doença que me sana!
Orelhas moucas a tal provocação;
és uma metáfora do milagre da criação!
As tuas curvas, tentações, para mim são eternas;
confia no teu corpo e mostra essas tuas belas pernas!

"Amor e uma cabana" -
dizem que é o suficiente;
eu só de te ver fico tão contente!
Só o saber que existes muda a minha existência,
és o maior desafio à minha inabalável persistência.

E sabes, só tu Joana
é que me fazes sonhar acordado,
é que me fazes sorrir e ser ajuizado!
Acreditas em ti, no teu valor e na tua unicidade?
Acreditas em mim, nesta minha paixão, e na minha sinceridade? :)

22-7-2011

[eu é que não acredito! lol]

Até há dez dias a vida era tão diferente...

Até há dez dias a vida era tão diferente...
Tinha tantas ocupações que me preenchiam!,
Mas eis que num belo Domingo, e assim de repente,
todas essas ocupações em mim se esvaziam
e volta, lentamente, uma perdida expressão
que fora já, outrora, tão presente e constante;
vejo de novo um sorriso de satisfação,
sinto de novo como eras tão importante!
Sinto, e é tão claro, que não me foste irrelevante,
apesar de eu ter tentado não mais em ti pensar...
Como foi possível?, e ainda bem que o consegui,
para de novo um dia o viver e alcançar,
num instante, a felicidade que sempre persegui!

20-7-2011

[Sr. Destino aparece numa tarde de Domingo a dialogar comigo e a prometer acção: cumpriu!]

Repouso nesta ébria cama onde me deito

Repouso nesta ébria cama onde me deito,
neste leito, neste denso vale de histórias,
vejo fotografias, ergo memórias,
e sinto, de novo, esse aperto no peito...

O sistema límbico tem um efeito:
cresce ao associar-se à mais fina glória,
deprime quando me invoca alguma escória,
que, enfim, em tempos me deixou desfeito...

Sonho acordado, reflicto no passado,
sinto-me abraçado por um vão conforto
pois preciso de te sentir a meu lado.

Mas então adormeço, sonho e acredito,
e ajo expedito que isto é já desporto,
Acordo e cumpro o meu destino esquisito!

22-7-2011

[Sr. Destino versão morfina]

Destino, que voas neste querubim

Destino, que voas neste querubim,
por que és sempre, de nós, o mais esperto?
Por que é que tanto vivo e nunca acerto
E trazes nas asas o nosso festim?

É que nem assim te livras de mim!,
Nem quando o fim pareceu-nos tão certo!
O Mundo muda, o longe fica perto,
o nunca é as vezes, o não já é sim...

Ah como me confundes e és poderoso!
Não percebo o padrão desse teu gozo,
esse teu logro que só ao mal me une!

Mas porque sempre te quedas impune,
e do azar me levas sempre à alegria,
Aceito a tua novidade a cada dia!

22-07-2011

[ainda bem que isto vai mudando sem sabermos Sr. Destino, de outro modo era muito aborrecido]

nem me dizes nada...

nem me dizes nada...
assim tenho de afogar as minhas saudades
na pena dos poetas...
e tenho tanto e tanto escrito...
como é possível que uns minutos se tornem horas
quando meses foram uns minutos?
assim vai o ritmo da vida,
ao ritmo do que sinto:
ora acelerada, ora relaxada, ora...
ora bem, ora mal...
ora hora que chegou e não se expande,
hora que invade e não me larga,
a hora em que tu chegaste
e que acabou o meu sossego...
hora maldita!
não era mais feliz
mas era mais sossegado,
não como agora que me pões em sobressalto,
ateias um fogo interior,
consomes-me e o fumo liberta-se,
difuso, no ar. voa...
nas asas de um anjo negro
que grita sem ser ouvido...
rodopia sem rumo,
desfalece e cai.
dá voltas no chão e pára, imóvel!
Olha o céu, sorri e é feliz! :)

22-07-2011

["sempre em frente em direcção ao céu!"]

Como sabes, o tempo passa depressa

Como sabes, o tempo passa depressa,
à velocidade a que está destinada
a vida, que tão de súbito alterada
parece que a certa altura recomeça.

Sempre a tempo de cumprir uma promessa,
não esquecida mas demasiado adiada,
a tua descrição verás realizada.
Lembras-te? Bem, eu sim e é o que interessa!

Fosse isto escrito antes, noutra altura
em que tudo era estranhamente belo,
que impacto teria? Seria forçado?

Mas volvido um ano a estranheza perdura?
Não percebo... E é o tempo que interpelo:
- descrição do futuro ou do passado?

16-7-2011

[o tempo passa muito depressa e ainda assim (ou será por isso mesmo?) vamos sempre a tempo de mudar]

SOBRE UM DIA...

O telemóvel vibra e diz "não te atrases".
Respondo "a ver se me despacho".
Sei que és olhada por todos os rapazes
mas só tens olhos para mim, então acho,
e despacho-me porque tu detestas
quando sou lento e me acomodo,
e nem resultam as minhas festas,
és obstinada sempre desse modo...
Mas "já saio" e apresso o passo
sempre com o coração acelerado,
ligas-me e roubas-me o espaço
que guardara para ficar preparado.
Consigo fazer tudo em simultâneo
mas a voz não é bem perceptível
e voo e ponho-me na estação instantâneo,
abre-se a porta e estás incrível,
como sempre, aliás, e emudeço
perante o que vejo e o que sinto...
Novamente erras no que te pareço
e nunca acreditas que não te minto;
"que se passa?" "nada" - respondo.
Semi-cerras os olhos desconfiada
e tens razão que algo de ti escondo,
a vontade de ti muito aumentada,
o olhar calmo a destilar desejo,
o observar da tua tez maquilhada,
o avançar confiante para um beijo,
o abraço para sentir-te mais perto,
o corpo alvo da minha intenção
e ter um sorriso único e aberto,
estudar cada tua singular reacção...
"onde vamos?", pergunta de retórica,
como se fosse diferente cada dia,
"não sei" diz a metade metafórica,
"nem eu" diz a metade da ironia,
e vamos sem rumo mas com sentido
e ponho a mão pela tua cintura,
"porta-te bem!" e acedo ao pedido
e logo subo lento mais um pouco,
então desço e o apelo é repetido;
sabes que este jogo deixa-me louco
mas sempre finges estar desatenta
até que subimos o lanço de escadas
e há algo que não mais se aguenta,
situações que se querem descontroladas...
"espera por mim" enquanto a tv ligo
e nem sequer reparo no que está a dar,
há só um objectivo que ora persigo
e que não consigo, se o queira, abrandar:
apresentas-te só de nylon escuro
e representas toda essa fantasia,
não tarda o próximo passo duro,
o pompom de coelhinha que extasia,
próximo, imponente e que descarto;
se é sempre o mesmo procedimento
por que é que dele nunca me farto?!
E aprecio ao máximo cada momento,
toco em tudo o que pode ser tocado,
observo a reacção, as expressões,
o corpo ligeiramente arrepiado,
a vontade inabalável, as sensações;
até em mim estudo este frenesim
e de súbito de mim te apoderas,
cima e baixo e "gostas assim?"
abrindo espaço para a imaginação
e faces de fúria, ternura e até dor
mas de uma inegável satisfação,
eterno se torna este "ai meu amor!"
e o gemido suave que se adensa
profundo, libidinoso e febril
como este calor da nossa pertença,
esta fusão de alegria primaveril
quando o olhar fica mais expressivo
e o teu grito se torna descontrolado,
como só contigo me sinto assim vivo,
como tudo fica etéreo e calado
e uns segundos são várias horas,
agora sorridentes e abraçados,
descansando já sem quaisquer demoras,
em beijos os sentimentos selados,
memórias construídas sem esforço...
Vamos preparar-nos para o teu regresso,
demoro-me ao ajudar o teu dorso
a receber o que sempre te peço;
demoras a retocar-te, exaustiva,
mas ficas de novo tão incrível
como de nariz empinado e altiva
como já antes tão apetecível...
e encaminhamo-nos para a saída,
escadaria interminável e exigente,
confessas-te (como eu aliás) exaurida
mas temos outro desafio pela frente:
corremos, que se tarda, à estação,
fazemos as contas ao último da linha,
"chegaremos a tempo?" é a preocupação
"claro que sim" e pego a tua mão na minha
e mais conscientes temos receio,
a nossa performance é dissimulada,
apesar de não ser pequeno o meio,
a nossa relação não foi oficializada
e vamos já pela escada rolante,
com os olhos sempre bem vigilantes,
vejo alguém mas está muito distante,
não há perigo e abraço-te como antes...
Afinal o autocarro ainda demora
e vou ter de passar mais tempo contigo,
com saudades antecipadas na hora,
então mais te abraço apesar do perigo
e não te apercebes, como lá no fundo,
não é por estar calado que não estou feliz...
Como eu gostava de dizer ao mundo
estou na companhia de que sempre quis!
Até quando temos de andar às escondidas
se é tão belo o que extravasamos,
que almas as nossas pairando perdidas
no campo de que mais desejamos
e que não é isto, não totalmente...
E tens de entrar e de ti me despeço
sozinho andando por entre a gente,
uma distância longa que a ti meço;
acenas, sorris, e fazes a curva,
aceno, sorrio e fico a meditar
na bela alva tarde, na despedida turva...
Ouço o meu bolso frio a tiritar
e a tua voz acompanha-me de novo;
irrita-me que nos túneis nada se entende
e tu só pensas que não te ligo um ovo,
entristeço porque tudo depende
da nossa pecepção de tudo.
E a casa estás quase a chegar,
estou triste mas sinto-me sortudo
apenas por teres em mim lugar!

Podes ter a certeza que te minto:
nunca disse o quanto me importas!
Infelizmente sei bem o que sinto
e senti, enfim, que de mim gostas...
Apesar do belo quadro que pinto
estão sempre voltadas as nossas costas
e dizem que o amor sempre vence
mas disso quem é que me convence?
Que o amor, de facto, sempre vence...

12-7-11

[ainda está para chegar quem consiga]

Vida, que dá tantas voltas sobre si

Vida, que dá tantas voltas sobre si
e se constrói assim toda uma história;
hoje acordei duma cama giratória
diferente do que sempre pareci...

Exorcizei medos de que padeci
e então senti o sabor da vitória;
esqueci o que tinha na memória,
fui simplesmente eu, diverti-me e cresci!

Inalei fragrâncias que recusei
quando tentei, em vão, uma relação,
mais uma, falhada, e sei que abusei!

Mas, sabes, deu-me uma tal satisfação!;
ao tentar, a medo, abraçar o passado
senti-me, finalmente, bem, realizado!

10-07-2011

[esta da cama giratória é desconcertante... xD]

Sinto-me bem!

Sinto-me bem!
E por que não haveria de assim me sentir?
Sinto-me bem simplesmente por existir!
Sentir-te-ás também!
E nesta nossa tardia e mútua compreensão
Senti pelas memórias uma diferente atenção!
Senti que... têm lugar!
Mas têm que mudar e têm que me largar!
E sinto-me livre e com vontade de tudo!
Agora vos percebo quando me acham sortudo!

...

10-7-2011

[tenho uma sorte... ehehe]

Tenho uma amiga que me confunde...

Tenho uma amiga que me confunde...
Tem um sorriso que se difunde
Pelo ar, suave, com tanta graça...!
Mas aquela mente... O que se passa?!
Bem tento saber mas não mo diz,
Como gostaria de ver aquele rosto feliz...

Tenho persistência quase infinita,
Terei sempre para a ver tão bonita,
Independentemente da cor que veste.
Engraçado que me consideres peste
Quando só quero curar a sua doença,
Sanar essa mente à dor propensa...

Não desisto facilmente de alguém como tu!

07-05-2011

[persistência: qualidade ou defeito?]

As ondas param perante a tua figura

As ondas param perante a tua figura,
O mar acalma, em sinal de respeito,
o vento abranda, devolve-te ao peito
O cabelo que brandia com tanta doçura!

O mel que te sorve a tez de frescura
Lisa, imaculada, confiante, é jeito
Que se esconde no sorriso escorreito,
Eleva-se enquanto o por-do-sol dura.

Ri-te para mim, não de mim, sorri e fala
Pois que é tão complicado quando se cala
O som da Natureza e nos deixa tão confusos...

Saudade, inveja, são sentimentos lusos,
Invejo o teu poder e sinto saudade
Do que vejo sem alcançar, a nossa verdade.

27-04-2011

[este só eu sei...]

Tu és tão fofinha que és quase um peluche

Tu és tão fofinha que és quase um peluche;
és como a minha esponja quando vou tomar duche!
És lençol de veludo quando estou na cama;
és tão querida, és alguém que facilmente se ama!

Tu és tão doce que me sobredosas o sangue;
tanta é a adição, como queres que me zangue?
És água de côco que a minha sede sacia,
és tão bebível que o meu humor se extravia!

Tu és tão linda que o meu mirar é constante;
para quê olhar o resto tão contrastante?
Tu és tão inconstante que te tornas linda,
a compreensão mútua é um longo caminho ainda!

Tu és tão única que nem sempre te percebo,
és mais especial do que é possível e concebo!
Tu és tão, sei lá, tão melhor para diferente;
no fim de contas só me deixas... Muito contente!

26-09-2010

[tinha dias...]

Olho-te nos olhos e não queres essa atenção

Olho-te nos olhos e não queres essa atenção;
quando comes não gostas dessa pressão
de teres alguém a vigiar-te os movimentos,
mas gosto de apreciar todos os momentos,
ângulos e dimensões da tua presença
mesmo que a situação fique tensa:
"Não olhes para mim!", dizes endiabrada,
enquanto por mim estás a ser observada!

Tacteio seguro toda a tua área corporal
ciente de que vou causar um temporal;
chove em mim que choves sobre o molhado
quando toco no teu diabo incorporado:
"Não toques em mim!", dizes já possuída,
quando te sentes por mim perseguida!

Reafirmo a minha adição por tal entidade;
não posso acreditar que seja verdade:
"Não gosto de ti!", dizes assaz esgotada,
após teres sido por mim exorcizada!

28-09-2010

[diabo no corpo... grrrrrrrrrrrr...]

Disseste, um dia, que eu era uma ironia

Disseste, um dia, que eu era uma ironia,
e de metáfora te auto-proclamaste:
quando metaforizei tu reclamaste;
ironizaste e eu não me apercebia.

Chorou a noite e alegre se fez dia,
ao encontro das palavras que exclamaste:
enganaste-te quando nos baptizaste,
feitos naquilo que nenhum de nós queria.

E agora, olha, como tu me detestas!
Vejo-te como corola acetinada,
cor de amora silvestre, alva tal como neve!

E como me repeles as doces festas,
vida de ironia metaforizada,
ignoro o teu estilo largo e breve!

10-09-2010

[I M]

Há noites em que ficamos acordados

Há noites em que ficamos acordados
a fazer maluqueiras e é tão bom!
Mas também há dias em que outro tom
nos revela que estamos chateados...

Há dias em que estamos afastados
e só nos resta ouvir o nosso som,
há noites em que revelas o teu dom
de cuidares de ficarmos abraçados!

E se duvidar faz parte de nós,
quando, pertinho, baixamos a voz
ouvimos aquilo que mais nos agrada!

E por mais tensa que seja a situação
sabemos que os males do coração
são a nossa paixão desenfreada!

09-09-2010

[...]

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Como são longas as noites de Verão

Como são longas as noites de Verão
Quando te vejo partir ao fim do dia;
Fossem outras circunstâncias e seria
Menos penoso cada vão serão...

Penso "Até onde as memórias irão
Nesta volátil, peço, melancolia
Vestida de veludo e heresia?"
E concluo que pior não me farão...

Pudesses tu perceber (mas compreendo)
Que tudo o que vai, enfim, acontecendo
É para uma maior, mais fina, missão!

As dúvidas e ciúmes que vou vendo
Justificar-se-ão pelo que vai sendo
Uma saga de poder e ambição!

29-08-2010

[injustificáveis e injustos]

Blooming orchids

The sun goes down every day
As their beauty fades away

The sun is born every day
As their beauty shines away

I'm blooming orchids!

03-08-2010


[As orquídeas são lindas!]

Ai se soubesses como tenho pena

Ai se soubesses como tenho pena
De não ter pegado na pena até ora!
Ai como eu não sinto, tal como outrora,
A solidão que me foi tão pouco amena!

A vontade persiste, e não pequena,
É ultrapassada pela vã demora,
Pois que é inevitável a bela hora,
Agora!, em que a minha pena te acena!

O tempo tira tempo ao tempo, enfim...
A dualidade conflitua em mim:
Omnipensamento e não omnipresença?!

Mas eis que surge a palavra de carinho:
- Obrigado! Ser feliz e não sozinho
É deixar que o nosso sentimento vença!

03-08-2010

[um "obrigado", o que se diz ou o que não se diz, mas principalmente quando se o diz, diz muito...]

Amor não me sais da imaginação

Amor, não me sais da imaginação!
Sonho contigo, de dia!
Perco-me nas memórias recentes
que ocupam antigas simplesmente porque são melhores!
Tento entender o que se passa comigo
mas desisto perante a impossibilidade
de conceber tal sentimento antes de te conhecer!
Acalmas-me simplesmente com o teu sorriso!
Dás-me paz simplesmente com o teu toque!
Queria fazer-te um poema, e rimar,
mas sinto-me livre demais contigo
para me prender à terminação dos versos!
Contigo nada termina,
apenas começa e se prolonga no tempo,
e espero que nunca acabe!
Então decidi fazer-te estas frases
para saberes que me inspiras,
que me fazes bem e que posso não o saber transmitir
da melhor maneira...
Mas tento!
E será que consigo?
Sei lá...
Nem me interessa!
Só me interessa ver o teu sorriso outra vez!
E outra! E outra! E sempre! :)
Só me interessa o teu toque,
e a leveza que me dá!
Voo contigo, sem sair do lugar!
Voa também, comigo! :)

29-6-2010

[Esquecer é tão importante como recordar; aterrar é tão importante como voar!]

Deixa-te disso!

Por que é que tu me dizes para te esquecer?
Se é só contigo que eu feliz consigo ser!
Se és insegura seguro-te com o meu abraço,
Se não gostas de mim eu dou-te o teu espaço!

Mas eu sei que não é isto que queres!
Por que te comparas com outras mulheres?
Eu bem sei que a vida é complicada,
Melhor ainda sei que só te quero e mais nada!
E tu sabes que me queres também!

Por que é que tu não hás-de ser o melhor para mim?
Se é só contigo que me sinto tão bem assim!
Se és ciumenta então só pode haver um motivo
Queres-me só para ti e é por ti que eu vivo!

E tenho a certeza que é isto que queres!
Por que te comparas com outras mulheres?
Ambos sabemos que não há nada perfeito
E tudo vai melhorar com o que temos feito:
O longo caminho em que nos sentimos bem!

Confia em mim, tudo temos para vencer
Confia em ti, não te posso esquecer!
Acredita que um dia tudo terá valido a pena
Porque a nossa alma é tão pouco pequena!

13-06-2010

[eu é que já me deixei disto! ehehe]

Delírio

Os artistas usam mentiras para dizer verdades!
É verdade pois se fosse mentira... era verdade?!
Ai ai, são do tamanho do mundo as minhas saudades!
É mais imensa do que o mar a minha, até a ver, ansiedade!

E deliro, deliro, deliro... e deliro... mais deliro
E só quando o digo é que sei mesmo ao que me refiro!
A tua... hmmm... unicidade!
A tua... hmmm... vontade!
A tua... hmmm... veracidade!
A tua... hmmm... irresistibilidade!

E dou comigo a pensar
Em alguém que me faz feliz!
Alguém que gosta de me cansar,
Alguém que sabe tão bem o que diz
Ao passo que me dizem coisas que nunca mais recordo!
Sonho, de dia, e de noite sonho logo que acordo
Quando, enfim, acordo contigo!
Meu deus, eu não era assim, que perigo!
Aéreo, distraído... Sonhador, viajante!
Parado e quieto a voar num mundo distante!

É...
Sonhadora!
É...
Como dizer?... Difícil de definir! E apenas observo, não defino...
É...
Observadora!
È... como eu! Nisso é como eu sou!
É... Fantástica!
É... Tudo o que não sou!
É... Tudo!
És tu!

;)

08-06-2010

[este ciclo de poemas é uma boa prova de que por vezes deliro, de facto...]

:p

A tua boca esconde um belo segredo!
Olho para ela quando está fechada,
Pois também gosto de te ver calada,
Sempre à espera do teu sussuro ledo!

Há, com certeza, um justificado medo:
Se me morderes a ferida fica infectada,
A doença espalha-se em mim, apressada;
Pára! Não mais quero morrer tão cedo!

Mas não me matas com a tua língua!
Ou matas?! Talvez já esteja infectado,
E sejam sintomas da minha míngua!

Quero-a! A excepção tem-me afectado:
Adoro quando pões a língua de fora
Excepto quando, enfim, te vais embora...

01-06-2010

[1 de Junho, dia das crianças! xD]

Acredita em ti!

Acredita em ti!
E acredita em mim!
Acredita no que acabei de te dizer!
Nunca antes a senti,
A felicidade, e tem de ser assim!
Descobri contigo uma nova forma de prazer!

Acredita que consegues!
E consegues, acredita!
Assim que te vi achei-te tão bonita,
Sei que sabes, não espero que o negues,
E agora sei que isso não mais me interessa!
Consegui aprender a inutilidade da pressa
E fui descobrindo o teu outro lado, com calma!
O melhor de ti és tu mesmo, o teu interior, a alma!

Fascinas-me! E sinto tudo surgir naturalmente!
A alegria, a vontade, a imaginação sempre presente!
Tudo em ti te torna tão subtilmente elegante!
Não admira que para mim sejas absolutamente cativante!
Agora que vi uma meta é neste caminho que sigo,
Quero caminhar ao teu lado pois sinto-me bem contigo!
Nunca antes consegui atingir, com alguém, tal sentimento!
Talvez tenha andado sempre enganado num falso contentamento,
Talvez tenha adormecido há vários anos na esperança de voltar
A ter, com alguém, a paz de espírito, a calma, o bem-estar!

Acredita em ti pois eu acredito!
Acredita em mim e no que te tenho dito!
Sabes que sei mentir e será difícil de te convencer
Que mesmo sendo assim, e mesmo que possa não te parecer,
És muito importante para mim e vais continuar a ser!

Gosto quando damos a mãos e me ensinas como se dança,
Já mo disseste e digo-te também que me transmites segurança,
Penso em ti todo o dia e sinto-me bem contigo na memória!
Foi tudo tão de repente, quando penso na nossa história,
E há tantos capítulos que espero escrever, assim me ajudes!
Gosto da tua preocupação, preciso dela, e que de mim cuides!
Cuido de ti também, cuido de saber que te sentes feliz
Pois se é assim que me deixas, e é isto que sempre quis,
É isto que espero que queiras pois também ou mais o mereces!
É incrível como me sinto e como tão bem me conheces!
Pareces conseguir entrar, quando queres, na minha mente!
Mesmo quando estamos longe consigo sentir-te tão presente!

Espero cada mensagem tua como esperei pela primeira,
Com uma ansiedade saudável e uma curiosidade verdadeira
Pois és das poucas pessoas que me conseguem surpreender!
Posso saber tanto, ou pensar que sim, e tenho tanto a aprender
Contigo que tens sempre opinião sobre o que me ocupa,
O que me preenche, desagrada, me agrada e te preocupa!
Não penses que não me importo com a tua opinião,
Talvez não esteja ainda habituado a tanta preocupação
Quando nunca antes se preocuparam comigo, nunca tanto!
Não caias na tentação de esmorecer perante o meu espanto,
Só nunca acreditei que pudesse haver alguém tão adorável!
Acredita tu em ti, como eu acredito, porque és... inacreditável!

Tantas palvras escrevi e nunca acho que seja suficiente
Porque por mais que tente tu és em tudo tão diferente
De todas as pessoas que já tive o prazer de conhecer!
És a minha companhia que me faz amanhecer,
És a minha companhia que não me faz adormecer,
És a pessoa que me faz suspirar! Acreditar! Viver!
És quem me faz sorrir só por te ouvir, ler ou ver!
És... tu!

01-06-2010

[Acredito em mim por agora e é o melhor que há porque se não gostarmos de nós quem gostará?!]

MUNDO À PARTE

Nós estávamos mundo à parte numa qualquer parte do mundo,
Tão bem juntos que nem recordámos que já batemos no fundo!
As memórias reconstroem-se à medida que a vida avança:
O que foi não é agora, o mundo é composto de mudança!

Nós estávamos tão calmos que o outro mundo tinha parado,
Tivessem vindo tempestades não nos teriam separado!
Foi tudo tão bom que não há palavras sequer que o transmitam;
Talvez seja isto a felicidade, para os que nela acreditam!

Tu fizeste-me acreditar num lugar que pensei estar perdido!
Nunca pensei sentir-me assim, há sempre melhor a ser vivido!
A esperança torna-se certeza e só há algo que te peço:
Se gostaste tanto como eu tratemos do nosso regresso!

Nesse nosso mundo à parte
Vou abraçar-te
E ser feliz!

Nesse nosso mundo à parte
Vou desejar-te
E ter o que sempre quis!

Nesse nosso mundo à parte
Cada obra de arte
É feita por nós!

Nesse nosso mundo à parte
Entre Vénus e Marte
Temos boca mas não voz!

Nesse mundo tão diferente
Basta lermos a nossa mente
Para sabermos a vontade!

Nesse mundo tão diferente
Cada um de nós sente,
Até nos termos, ansiedade!

Nesse mundo que nos pertence
É a nossa vontade que vence!,
O tempo passa de outra maneira...

Nesse mundo que nos pertence
É a felicidade que vence!,
É ter-te sempre à minha beira...

31-05-2010

[continuo a gostar muito deste, mesmo que entretanto tenha regressado ao Mundo de todos os dias, digamos assim...]

A sombra alterna com Sol no teu rosto

A sombra alterna com Sol no teu rosto,
Por entre ramos bailando ao vento,
Feliz me acho e quero que este momento
Seja eterno enquanto sinto o teu encosto!

Sinto-me bem ao sentir o teu gosto:
Dos lábios voluptuosos que atento,
Sorriso único com que me contento...
Ai, como me sinto tão bem-disposto!

E os beijos são longos, demorados;
Hoje não há tempo, não há espaço,
Há um sentir, tão bom, há proximidade!

Sempre ausentes e numa paz ligados
Surge no nosso mundo, em cada abraço,
Um sentimento chamado felicidade!

30-5-2010

[Maio, Jardins do Palácio de Cristal, Poemas; sim, vejo um padrão...]

Há um olhar, na memória gravado

Há um olhar, na memória gravado,
De alguém que me parecia tão contente
E que me extasiou, sempre presente
Num sonho prestes a ser realizado!

Só há um lugar melhor do que ao teu lado,
Mas igualmente bom, que é à tua frente,
Onde te posso ver bem e sorridente,
E ficar ainda mais apaixonado!

Não te esqueças: cuidado com as crianças!,
Pois podem ficar traumatizadas
Com a expressão deste sentimento!

Mas adorei tudo e quando me cansas
Ficam mais umas memórias gravadas
E, única, tornas único o momento!

16-5-2010

[e esse olhar nunca vou esquecer (contando que não vou ter Alzheimer, claro)]

Diz a tua mana que és fofa e querida

Diz a tua mana que és fofa e querida!
Deve ser verdade pois se é tua mana
É porquer gosta de ti, não é Joana?
Agora vê lá se ficas convencida!

Logo a Fatinha que é tão decidida
Que até parece que nunca se engana!
Vá, é uma princesa transmontana!
E agora da capital está de partida!

Mas eis que surge um adjectivo
Nunca antes por mim constatado:
És tu que és chorona ou ela que é agreste?

Ela diz que não mas é tão subjectivo,
Se choravas era por tê-la aturado;
Quem não chora sou eu de te aturar, peste!

13-5-2010

[muito simbólico e com o tempo tornou-se altamente irónico...]

Detesto-te pois tens mesmo a mania!

Detesto-te pois tens mesmo a mania!
Que és boa pois!, e és convencida!
És sim e depois!? Ai a minha vida!
Que peste esta que de calhar me havia!

Voltas, sorridente, dia após dia
E eu detesto-te por seres tão querida!
Fantástica! E sempre tão divertida!
E se eu nunca mentisse como seria?!

Diria, simplesmente, que te adoro!
Ou até mais! Ia da disposição!
Já sabes como é, em tudo me demoro!

Espera que terás a confirmação!
Não é mentira, será... ironia!
Quando é verdade sorrio, de alegria!

12-05-2010

[este, tirando algumas ironias, ainda se aproveita...]

Acho que foi algo que sempre quis

Acho que foi algo que sempre quis
E agora que o tenho tão bem sabe!
Só vicia e espero que nunca acabe,
Não por o ter mas sim por quem mo diz!

O topo desta montanha é de verniz,
Roxo, e só espero que nunca desabe!
Nas tuas mãos esse monumento cabe:
Lá tenho alguém a dizer "Estou feliz!"

E se mais se aproximam e me apertam
Novos bons sentimentos me despertam!
Eu só quero nunca mais te largar!

Se mais se separam e me sinto mal
E se as queres também não acho normal
Que duvides que é teu este lugar!

12-05-2010

[ainda há pouco me disseram "o amor é cego" e estou a ver que sim...]

Um dia conheci uma diabinha

Conheci um dia uma diabinha
Que era, no mínimo, insuportável!
Mal sabia eu que era inevitável
Acabar com esta paciência minha!

- "Que queres?", "Que foi?", "Deixa-me sozinha!"
- dizia-me com doçura inimitável!
O que eu sentia era inacreditável,
Adorava a "maldade" que ela tinha!

Um dia ela disse "Porta-te bem!"
E eu que só com ela aprendi tanto
Tratei de imitar o Inferno!

Um dia que eu morra quero ir também
Para lá contigo mas entretanto
Arde a chama que é de um fogo eterno!

12-05-2010

[como está bom de ver passei uma temporada no inferno...]

PLAGUE!

Give me your hand and hold it tight
You can lie to me 'cause I like to fight
I want the touch of my enemy
Sat side by side by destiny

You're my plague!
Spreading disease!
As I get sicker the infection will increase!

I can be late but I'll go for sure
Good to be sick I want no cure
You dream all night while I daydream
You'll kill me with your soft skin

You're my plague!
Spreading disease!
As I get sicker the affection will increase!

Such an irony,
I'm so skinny!

1-5-2010

[fui vítima da peste mas já me curei... ah e também fiz uma música com isto, qualquer dia gravo a música e depois procurem na FNAC, passo a publicidade]

Talvez me falte um encosto...

Talvez me falte um encosto
Talvez...

Talvez me falte um rosto
Talvez o veja outra vez
Talvez...

Talvez me falte um bom descanso
Talvez...

Talvez me chegue o que alcanço
Talvez mais do que a vocês
Talvez...

Talvez seja esta a última vez
Talvez...

Talvez seja esta a primeira
Talvez mais uma noite inteira
Talvez mais um dia arrastado
Talvez mais um sono adiado
Talvez...

Talvez seja esta a derradeira
Talvez durma a noite inteira
Talvez esqueça todo um sonho
Talvez mais uma que componho
Talvez...

Talvez não te ligue um ovo
Talvez comece tudo de novo
Talvez...

Talvez, talvez, talvez:
Essa palavra outra vez!

Talvez eu até perceba metade
Talvez eu não saiba a verdade
Talvez eu tenha feito este poema
Talvez eu tenha um problema
Talvez...

Talvez eu já tenha jantado
Talvez eu já tenha almoçado
Talvez eu não tenha sequer fome
Talvez seja eu quem te come
Talvez...

Talvez na cabeça esteja demais
Talvez esteja a cabeça até a mais
Talvez numa frase seria tudo dito
Talvez chegasse mas não acredito
Talvez...

Talvez eu tivesse tanto a dizer
Talvez tudo se resuma ao prazer
Talvez a vontade de reconquistar
Talvez a certeza do meu bem-estar
Talvez...

Talvez um dia...
Talvez...

06-04-2010

[este é o primeiro do ciclo mas já esteve aqui no blogue anteriormente]

BLACK XS

Este ciclo de poemas é dedicado a quem cheira bem...
Este ciclo de poemas é inspirado pela beleza física, não a beleza humana...
Portanto se é bonita e cheira bem já serve como musa inspiradora...
Mas talvez não muito mais do que isso...