quinta-feira, 16 de julho de 2009

Reflexões sobre um blogue.

Alguém alguma vez me disse que tinha um blogue pessoal. Tão pessoal que não o mostrava a pessoas conhecidas. Tão pessoal que o preferia submeter ao desconhecido. Tão pessoal que servia apenas para ser... impessoal!?

Fiquei a pensar nesta questão. O que é um blogue e para que serve? Pensei que um blogue fosse sempre pessoal! E como pessoal entendi-o como obra do seu criador: a pessoa! Mas se a pessoa se esconde por trás das palavras (e não é isto que estou a discutir), se a pessoa não quer ser a pessoa que aquilo escreve, não quer que a conheçam, então não é o blogue impessoal?! Mesmo havendo ali uma pessoa a escrever...

Isto parece-me complexo. Fui até consultar o dicionário da Língua Portugesa, daqueles pré-acordo e portanto impolutos (vide as primeiras entradas deste blogue). Pessoa: ser consciente de si mesmo, senhor dos seus actos e, por isso, responsável por eles (entre outras definições). Pessoal: da pessoa ou a ela respeitante. Impessoal: que não é pessoal.

Este blogue, de autor desconhecido, é pessoal? Foi um ser consciente e senhor dos seus actos que o fez. Mas atrás do seu anonimato não o podemos responsabilizar de nada! Então é, ao mesmo tempo, pessoal e impessoal!

Um blogue... para que serve? Dar uma opinião, pessoal, das questões nele abordadas. Mostrar as capacidades pessoais, os gostos pessoais, os desgostos pessoais e sabe-se que lá mais... Servirá para outros fins? E se alguém quiser, simplesmente, desatar a escrever o que lhe vai na alma sem se assumir como autor de tais desabafos? Que o impede? Nada! É menos blogue? Não! Tem autor? Sim, pois há uma pessoa que o escreve; não, pois não há uma pessoa que o assume!

Gostava de ler este blogue. Por várias razões, a primeira das quais a curiosidade que me despertou e que culminou nesta reflexão! Mas nunca o vou poder ler. Porque conheço o autor. E este vedou-me o acesso, enfim, à sua pessoa! À pessoa do blogue, entenda-se. Provavelmente a pessoa que quer esconder. Não acredito que seja a mesma pessoa que conheço.

Se um dia, por algum acaso, ler este blogue, não vou saber que o estou a ler! Vou ler um blogue, não este que me despertou estas palavras! Até posso ler este blogue mas se não souber do que se trata...

A reflexão continua em mim. Este texto não tem fim enquanto pensar nisto. Mas não vou escrever mais. Vou ser pessoal ou impessoal? Não sei... Nem cheguei a qualquer conclusão. Nem me interessava. Um dia, se o ler, o blogue que não saberei ser o tal, vou adorar! Ou então vou olhar para ele e não lhe ligar qualquer atenção como a maioria dos blogues que visito! Continuo na dúvida: para que serve um blogue?

terça-feira, 14 de julho de 2009

A olhar o mar de frente, ao Sol, num Edifício Transparente!

Estamos no Verão! Podemos passear, correr, pular, exercitar-nos ao Sol! E ir à praia!

Já reparei várias vezes, num edifício transparente, ali entre a Anémona e o Castelo do Queijo! Eu gosto de transparência, acho que faz falta neste país! E reparei, ainda, que no edifício há uns ginásios. Não deve haver nada melhor do que, num dia de Sol, estar a correr num tapete rolante, a olhar para o mar que está à frente, enjaulado num edifício transparente! Oh sim, já vi isto muitas vezes! Ainda bem que o edifício é transparente, entra mais Sol, vê-se melhor o mar!

Vigorexia, essa palavra que rima com anorexia, o excesso de exercício físico (ou a mania?), leva ao ridículo! Ginásios são catedrais, deuses os metrossexuais, e o bom senso não existe mais! Cresçam e apareçam (na praia, por exemplo) ou então tratem-se pois a vigorexia está a tornar-se doença, além de moda. Ah pois, que as idiossincrasias têm de fazer um longo caminho ao Sol para se considerarem doenças!

As Corridas da Boavista já não são o que eram!

Sou um adepto do desporto automóvel. Não sou um daqueles fanáticos que, por exemplo, não perdem um minuto das corridas de Fórmula Um! Sou aquilo a que se pode chamar um adepto ocasional.

Quando as corridas vêm ter comigo então não lhes viro as costas (mas tentaram)! E nestes últimos dias fui ver os bólides a passar no Circuito da Boavista.

O MAU PROGRAMA

Comparando com a última edição, dois anos antes, achei esta menos interessante e muito mais fechada sobre si mesmo. O programa era menos completo, e o horário de algumas provas pouco consentâneo, a divulgação da prova foi menor, houve menos público e o que compareceu teve menos locais para ver a prova num circuito muito mais tapado por publicidade! As bancadas existentes (a maioria em óptimos sítios, é verdade, mas algumas delas nem de graça!) estavam muitas vezes vazias, e para tal muito contribuiu o elevado preço dos bilhetes, que iam dos 5 aos 350 euros!

ONDE VER

Muito mais emocionante que passar uma manhã, uma tarde ou até um dia sentado numa cadeira de bancada é mesmo procurar o melhor local ao longo do circuito (e também é mais barato!). Alguns destes sítios incluem a igreja de Aldoar, as varandas das casas mais privilegiadas do circuito (ou menos privilegiadas? é que este evento também traz bastantes transtornos aos Portuenses!), os muros do Parque da Cidade e onde quer que se consiga uma boa vista para a pista da Boavista!

O QUE VER

Todas as tardes do programa foram por mim visitadas deambulando por muitos destes locais da bela cidade do Porto! E tanto foi o que por lá vi: o Tiago Monteiro, que correu em casa, a ser o mais aplaudido do WTCC (World Touring Car Championship), magníficas máquinas que já tiveram o seu apogeu (Troféu Português de Clássicos, Formula Um Históricos), que estão no seu auge (Supercopa Seat Leon, 500 Abarth Europe Trophy), o singular Desafio Único (que contou, este ano, com os Fiat Punto além dos Fiat Uno) e muito mais!

No primeiro fim-de-semana, de 3 a 5 de Julho, correram os carros do WTCC, a novidade 500 Abarth, entre outros. As atenções estiveram centradas, obviamente, no Campeonato do Mundo de Carros de Turismo e no Tiago Monteiro, que não desiludiu, embora não chegasse ao pódio como todos ambicionavam.
Soube a pouco. A prova foi muito menos espectacular que em 2007! Talvez por terem voado menos espelhos... E assim as minhas esperanças foram para o que ainda estava para vir!

De 10 a 12 de Julho foram os clássicos! Troféu Português de Clássicos, os Formula Um Históricos, o Desafio Único e mais algumas belezas do antigamente!

O QUE NÃO QUERIAM DEIXAR VER

Acho estas corridas, no geral, muito mais espectaculares e não me desiludiram! Mas outros eventos desse fim-de-semana, e que relato de seguida, prenderam muito mais a minha atenção... pela negativa!

Escolhi ver estas provas nos muros do Parque da Cidade, aqueles que vemos da Circunvalação. Quando cheguei perto dos mesmos deparei-me com um contingente de agentes de autoridades que me deixou perplexo! Alguém estaria a sabotar os carros e procuravam o criminoso? Haveria combates de morte no local para arranjar o melhor lugar? Estariam a montar uma mesa de apostas no local e a dedicarem-se ao jogo ilegal? Quase tudo me passou pela cabeça naquele momento... mas não era nada disso! Quatro agentes da autoridade estavam ali para garantir que os adeptos do desporto automóvel não usassem os muros como bancada!

ADEPTOS DO DESPORTO AUTOMÓVEL, ESSE GRUPO DE TERRORISTAS!

Abordei um dos senhores agentes da autoridade para me inteirar do que era ou não permitido fazer e descobri que não se podia estar de pé nos muros, apenas sentados, de costas para a pista! E foi-me ainda explicado que tudo isto era por razões de segurança! De facto é muito mais seguro levar nas costas com um estilhaço do qual não me pude desviar porque não o vi do que ver o mal a vir de frente e escapulir-me deste! Achei a medida algo exagerada visto que ainda uma semana antes era possível ver ali uma prova internacional sem quaisquer restrições! Fiquei, no entanto, muito contente por ver tanto rigor e tanta preocupação com a segurança do público nas provas nacionais! Apesar de tudo foi possível ver, de pé e atrás do muro, as sessões de treinos, daquele dia 10 de Julho, naquele local.

No dia seguinte havia já competição "a valer". Corridas e não apenas treinos. Por curiosidade voltei a ir para o mesmo sítio. Gostava de saber que medidas de segurança inventariam naquele sábado. Esta minha atitude provou ser a correcta quando não vi ninguém nos muros! Aí tive a certeza que já estavam, de facto, a inventar! Se no dia anterior não se podia estar em pé no muro, ou sentado virado para a pista, neste dia nem no muro se podia tocar! "Segurança" - diziam os agentes da autoridade, de novo quatro, na ingrata missão de controlar a horda de impacientes adeptos que procuravam a todo o custo apoderar-se dos muros do Parque da cidade (leia-se pouco mais de uma dúzia de pessoas que por ali passou para ver as corridas; este fim de semana teve uma fraca adesão de público)! Uns morros de terra a cerca de um metro do muro foram também interditados à presença de adeptos da velocidade! Naquele momento senti-me um criminoso na minha própria cidade por ter tentado ver o evento que esta acolhia! "Ordens da organização da prova" - completavam os agentes, alguns dos quais confessaram ainda não perceber o sentido de tais ordens. O exercício que aqui vou fazer é mesmo este: perceber o que leva a organização de um evento desportivo a impedir o público de o ver!

E QUASE VIERAM AS LÁGRIMAS AOS OLHOS

Fiquei, tenho de o dizer, extremamente comovido quando um dos agentes da autoridade disse que estava ali a trabalhar sem receber (voluntariado?) e que sem eles (Polícia) o evento não poderia ocorrer! Tal gosto pela profissão, pela segurança do público, tal altruísmo de se trabalhar pro bono merece o meu reconhecimento! Fiquei, no entanto, e também tenho de o dizer, extremamente preocupado quando vi que alguns agentes da autoridade, tanto neste sábado como no dia que lhe antecedeu, não seguiram as suas próprias ordens e estavam a olhar para o circuito (mas não a ver as corridas, com certeza que o seu profissionalismo não o permitia) em cima dos muros! Tive bastante receio que um Fiat Uno, um Fiat Punto, um Mini, um Porsche 911 ou qualquer outro carro voasse cerca de três metros e lhes acertasse! Pois os polícias também são pessoas e também precisam de segurança! Mas felizmente que tal não aconteceu...

No dia seguinte, domingo, estas restrições não se verificaram e tudo correu bem e a felicidade estava bem patente na cara de todos! De qualquer modo os agentes da autoridade apenas passaram por lá uns breves minutos... Não nos esqueçamos que domingo é dia da família e se é para trabalharem de graça então fizeram bem agraciarem os seus com a sua presença!

EXTREMA SEGURANÇA

Então... por que raio se lembraram de dificultar a vida aos adeptos desta vez?

Aquele local é bastante bom para ver as corridas. Pode-se estar sentado no muro, e pouco diferente é da bancada, excepto que nesta última paga-se e tem uma maior lotação! E por coincidência (eu não acredito em coincidências mas que as há...) ao lado do muro está uma bancada! Que passou o fim-de-semana praticamente vazia! Será que esta medida era para obrigar os adeptos a irem para as bancadas rentabilizar o investimento feito na organização deste evento? Se foi esta a ideia foi um fracasso! Quem não viu dali as corridas procurou outros lugares ao longo do circuito, não foi para as bancadas. Ou simplesmente foi para casa!

Não nos esqueçamos que ter as rotundas do Castelo do Queijo e da Anémona, parte da Avenida da Boavista, da Rua da Vilarinha e da Circunvalação fechadas ao trânsito durante seis dias causa um transtorno imenso a uma cidade como o Porto! Nem que oferecessem bilhetes para todos os dias das corridas aos prejudicados estes ficariam a ganhar! E no fundo quem é que acaba por pagar estes eventos?

A segurança é importante, é indiscutível! Mas é importante para todos e todos os dias e naquele local as hipóteses de alguém ficar ferido em caso de acidente durante as corridas são praticamente nulas! Para que o Mundo visse um Porto cheio de gente entusiasta do desporto automóvel, durante as transmissões televisivas do WTCC, não havia falta de segurança naquele local! Quando há provas que só passam nos canais portugueses, e naqueles com menores audiências, a moldura humana deixa de ser relevante, quer-me parecer.

Quando estão quatro agentes da Polícia de Segurança Pública, de graça ou não, a controlar poucas dezenas de pessoas que se sentam num muro com certeza que muitos mais agentes seriam necessários pelo país em várias situações de efectiva falta de segurança! Quatro! Não chegavam dois? Um?

Quantos polícias estariam a garantir a segurança de vários bairros problemáticos da cidade, por exemplo, durante todas aquelas horas? Quatro por cada muro de cada bairro?

PARA TUDO HÁ SOLUÇÃO!

Se querem público nas bancadas porque não tentam baixar os preços?
Se a segurança é tão importante e querem público nas bancadas porque não constroem um autódromo no Porto?
Se dá prejuízo vale a pena continuar com as corridas na Boavista?
Se os portuenses têm de pagar para ver as corridas da Boavista porque terão de se sujeitar aos transtornos que a organização deste evento causa? Não chega pagar impostos?

Eu tenho a solução! Subam a esta montanha de ideias pois cá não se paga por ter opinião! We are high on the mountain, not just another brick in the wall!

domingo, 12 de julho de 2009

triste, desiludida, amor, atitude, pessoa, enfim

Ai ai, suspiro, pois se as barracas falassem
Testemunhariam tanto e tanto, demais!, enfim...
Ainda que de tudo certos amigos se lembrassem
Uma pessoa, só uma, significou tudo para mim...

E se eu consigo esquecer, e isto é uma virtude,
Fazem questão de me lembrar o que aconteceu...
Volta a memória, a cara, o gesto, o ser, a atitude
Que um dia, felizmente, na minha mente pereceu

E tinha esquecido o sufoco, a angustia, a dor
E tudo o mais que alguém me conseguiu causar;
Se um dia pensei que era alegria, paixão e amor
Hoje vejo que foi apenas tristeza, mentira, azar...

Agora que me recordaram o pior que há na vida
(as memórias que deviam ter ficado no passado),
Só me sinto mais vazia, confusa e desiludida
Por teres um dia existido e não teres lá ficado...

Agora, presente, contente não posso mais estar;
Passado que me persegue e que me é tão triste,
Por muito que não o queira, e muito está a custar!,
Prefiro apenas pensar que tal realidade não existe...

(agradeço-te, assim, as palavras)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

H1N1, esse terrível serotipo!

A gripe é uma doença infecciosa, causada por vírus da família Orthomyxoviridae, que afecta aves e mamíferos.

Esta família consiste em três generos: Influenzavirus A, Influenzavirus B e Influenzavirus C.

O género Influenzavirus A é monoespecífico, ou seja, só tem uma espécie. Há, no entanto, vários serotipos (sub-espécies) pertencentes a esta espécie, incluindo o serotipo H1N1, o tal a que vulgarmente se chama Gripe A.

Este serotipo H1N1 é o mesmo que causou a Gripe Espanhola, em 1918, embora essa estirpe fosse elevadamente virulenta e mortal, ao contrário da Gripe A. Mesmo assim estima-se que apenas 10 a 20 % dos infectados com Gripe Espanhola morreram por causa desta.

Acredita-se, ainda, que quem tenha sobrevivido à Gripe Espanhola possa ter uma resistência natural à Gripe A mas isto não passa de uma hipótese. De qualquer modo já lá vão 90 anos...

Venham todos para cima da montanha pois cá não há Gripe A!
E cá do cimo vê-se bem o espectáculo da histeria colectiva! É fantástico!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Histeria: a palavra!

Histeria é uma palavra de que gosto particularmente.

Vem do grego hysteron e significa útero. Pensava-se que a histeria, a complexa doença caracterizada pela instabilidade emocional, era exclusivamente feminina. Quem está histérico perde o auto-controlo devido a um medo exagerado!

O termo já não é usado para designar a doença, tendo sido substituído por sinónimos (eufemismos).

A histeria colectiva é um fenómeno psicossociológico caracterizado pelos mesmos sintomas da histeria mas que são manifestados por um grupo de pessoas. Alguns acontecimentos paranormais como os milagres são atribuídos à histeria colectiva.

Esta histeria social geralmente começa com um indivíduo ou um pequeno grupo de indivíduos e estende-se às massas, num processo muito semelhante àquele que é comum às propagações de boatos.

Milagres, boatos e falsas pandemias
cabem todos num saco feito de histerias...

Os pais já aderiram à histeria colectiva!

Um dia depois de eu abordar esta questão da Gripe A eis que me deparo com mais um exemplo de histeria desnecessária: a Confap, Confederação Nacional dos Pais, sugere adiar o início do ano lectivo caso as escolas não estejam preparadas para a pandemia da gripe A.

A ministra da saúde, que deve ler este blogue, também não vai em cantigas e diz que esta não é a solução. Como é lógico!

Se vamos esperar que a gripe acabe então provavelmente vamos perder um ano lectivo. Vários até. Deixa de haver escola! E se já nas férias os pais não sabem onde deixar os filhos imaginem o ano todo!

Atrasar até quando? Se vamos esperar que as escolas estejam bem preparadas para uma pandemia morremos de tédio só à espera! Evitam-se umas mortes pela Gripe A, tem sempre esse lado positivo!

E quando estará uma escola preparada para uma pandemia de gripe? Só se estiver vazia. E se assim for então fechemo-nos todos em casa à espera que a gripe passe! Então e quem sairia de casa para ver se ela já passou?! A gripe é difícil de ver...

Enfim, a Confap está a alimentar a histeria colectiva que é, a meu ver, bem mais perigosa que a Gripe A. São estes pais que educam uma geração. Ou não são? É que muitos professores do nosso ensino público me têm dito que os seus alunos estão cada vez mais mais mal educados...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Gripe A e a histeria colectiva!

Este blogue vem por este meio comunicar que não vai seguir a histeria colectiva gerada à volta da gripe A. O festival de medo que tem sido gerado pela comunicação social não terá aqui seguimento. Nem a gripe A vai acabar com a humanidade nem eu estaria preocupado que efectivamente acabasse mas esta já é outra questão...

Não corram para as farmácias a comprar medicamentos: perdem dinheiro, fortalecem a mais poderosa indústria do planeta (a farmacêutica) e se não tiver sido prescrito provavelmente apenas estarão a tornar o vírus mais forte!

Este vírus é fraquinho, podem pensar nele como uma gripe normal... Se se está a espalhar apenas é chato, não preocupante!

Não tenham medo, informem-se!

Não fujam dos mexicanos, isso é xenofobia!

Não fujam dos espirros, mas mesmo que tentem aquilo é tão rápido a sair que não conseguem!

SONO E PALAVRAS

Os meus olhos fecham-se devagar
Como o mar calmo em dias de sol...
Procuro, sem sorte, o melhor lugar;
Retiro do mar, sem pescado, o anzol.

Preferia que fosse só um pesadelo
Mas são as saudades do passado...
Lá me passavam as mãos no cabelo,
Estava ao Sol e bem acompanhado.

Na esperança dum sonho adormeço,
Luto acordado por um certo futuro...
Se é só este o presente que mereço
O meu imaginário torna-se bem escuro...

Quando as palavras surgem na bruma,
Desinfectando-me de toda a doença,
Constato que não há doença alguma:
Foi psicológico, criei uma boa crença

Agora acordo numa angústia superior
Pois no sonho não consigo mais viver...
Tornou-se, em mim, a minha maior dor
Pensar em ti, ouvir-te e não te ver...

5-5-2009

domingo, 5 de julho de 2009

O outro benfeitor madeirense!

Se há dois falta um: Alberto João Jardim!

É um político polémico, é verdade, mas este blogue não perde tempo com o que todos sabem! Aliás Joe Berardo, que nasceu José mas entretanto já é comendador, é, a meu ver, bem mais polémico que o político madeirense, estando associado a algumas fraudes, na África do Sul, no anos 90, das quais quase ninguém fala! É certo que denunciou a fraude no BCP e parece que isso conseguiu apagar da memória colectiva a sua própria história pessoal!

Há outro lado deste benfeitor madeirense que ao longo do seu longuíssimo tempo de governação já deve ter tirado do desemprego mais gente que o actual governo do continente [gostaram desta minha imitação do benfeitor?!]!

Este político ostenta o recorde mundial de permanência no poder por via democrática: mais de 30 anos como presidente do Governo Regional da Madeira! Só há outro líder supremo mais longínquo, Mu‘ammar al-Qaḏḏāfī, o presidente da Líbia, que está a chegar aos 40 anos de governação!, embora o Coronel Gadaffi nunca se tenha submetido ao escrutínio...

O curriculum vitae do presidente da Madeira é impressionante! Professor, advogado, jornalista e político. Conta também com um doutoramento "honoris causa" em Ciências Políticas por uma Universidade Italiana! Isto para dar apenas alguns exemplos...

Uma das suas míticas declarações merece lugar neste espaço pois parece-me que simboliza bem a atitude, obviamente discutível, de João Jardim, que não se coibe de dizer o que pensa: "Há aqui uns bastardos na comunicaçao social do continente...eu digo bastardos para não ter que lhes chamar filhos da puta ..." (Diário de Notícias, 5 junho 2005).

Recentemente Alberto João Jardim comparou o governo à mafia siciliana!

Dados os recentes desenvolvimentos lembrou-me um dos meus filmes favoritos, "GoodFellas", a visão de Martin Scorsese da máfia na América, nomeadamente a cena em que Tommy DeVito (Joe Pesci) fala dum "cornutto contente", como sendo alguém "happy in being a jerk"! As semelhanças com a realidade não serão pura coincidência!

O benfeitor madeirense!

Quem é o benfeitor madeirense? Ora, esta é fácil! Só me lembro, assim de repente, de dois nomes e pensando no texto anterior então só poderia estar a falar de Joe Berardo!

O comendador, preocupado com a situação do ministro dos cornos, que se viu subitamente desempregado, apressou-se a convidá-lo para administrador da sua fundação! Fez ainda questão de frisar a sua "admiração" pelo ex-ministro! E devo dizer que me parece que fará um trabalho muito melhor na Fundação Berardo do que o que fez para a Economia do nosso país! Até porque não deverá ter comunistas a chateá-lo. Aliás a Madeira é uma terra da direita!

Espero, no entanto, que o benfeitor madeirense não fique também com um par de cornos!

(agora desafio todos os que lerem isto a procurar imagens no google para a palavra "benfeitor" e o resultado será, no mínimo, hilariante!)

O ministro que pôs uns cornos!

Após muita insistência decidi abordar aqui o gesto do ministro Manuel Pinho.

É indiscutível que o gesto é condenável mas o que poderá significar? Isto sim merece a minha atenção!

Não deixa de ser curioso que um ministro que proferiu comentários tão infelizes em tantas ocasiões sai do governo por causa de um gesto! Mas se continua a ser verdade que o peixe morre pela boca não menos verdade é que os touros se pegam pelos cornos!

Mas aquele gesto em particular... um par de cornos? Um manguito, por exemplo, não servia? O que me leva a pensar que o gesto não foi irreflectido!
O gesto foi para Bernardino Soares, deputado comunista, que fez o que toda a gente faz: criticou o agora ex-Ministro da Economia.

"Pôr os cornos", essa bela expressão portuguesa, toda a gente sabe o que quer dizer: trair! Muitos divórcios começarão assim... Mas quem anda a pô-los e a quem? Numa primeira análise quem os anda a por é... Manuel Pinho! A quem?

Estes cornos foram para Bernardino Soares, para o comunismo, para a esquerda, para a oposição, para o parlamento ou para o país? Ou seja, quem é aqui o cornudo?

Se foram para o deputado queria o ministro dizer "está calado ó corno!"? E conseguiu dizê-lo sem lhe interromper o discurso! Nada de conversas cruzadas nem discussões em que ninguém se entende: espero que a partir de agora os deputados gesticulem muito mais! A discussão política só tem a ganhar!
Mas voltando à vaca fria (também ela cornuda, ora!) ... O deputado comunista é cornudo? E foi o ministro quem lhos pôs?! Foi o que toda a gente viu!

Os cornos foram para o comunismo? Portugal é dos poucos países do velho continente onde o comunismo persiste mas se há fidelidade a uma causa então a dos comunistas portugueses aos seus ideais parece-me um bom exemplo!
Claramente que este ministro põe os cornos aos ideais comunistas desde que começou a exercer funções dadas as suas opiniões sobre economia! Se há algo que não preocupa (preocupou, já se demitiu!) o ministro da economia é a classe trabalhadora! De outro modo não enfatizaria, constantemente, aos empresários mundiais que investir no rectângulo é vantajoso devido aos miseráveis salários que por cá se pagam...

Os cornos foram para a esquerda? Duvido, pois nem é preciso o gesto! Não este gesto! Os vários gestos que, há cerca de quatro anos, este governo tem feito, mais ou menos dissimulados, revelam uma traição à esquerda completa! Socialistas que governam à direita...

Talvez os cornos fossem para o parlamento. O ministro, que disse não ser um "político profissional", devia estar cansado da sua falta de profissionalismo e decidiu partir em beleza! Com um gesto invulgar e inédito! O coroar do seu trabalho. E partir para uma nova vida!

Mas sem dúvida que os cornos assentam melhor aos portugueses! No geral. Pois este ministro garantiu que a crise já acabou! Obviamente que não mas a sua partida talvez melhore isto! Os portugueses que trabalham e que recebem pouco e que vivem num mar de rosas, segundo diz o partido da rosa! Mas as rosas estão negras... e em vez de espinhos agora ferem-nos com cornos!

Daqui a três meses talvez os cornos mudem de proprietário!