domingo, 22 de agosto de 2010

POEMA 100

SEM TI...

É preciso ter muita fé
Quando nada mais existe
´bora lá tomar um café
E esquecer o que é triste

Para quê reflectir
Sobre quê, para quê?
É forçado o partir
Quando falta um porquê

A falta que fazes
Nunca mais superada
Não seremos capazes
De mais nada...

Não teremos vontade
Apenas saudade
E muita mágoa
Pura como água
Diluis-te em nós
Em gargantas nós
E no lacrimejar
E no flamejar
Na vela acesa
Da tua beleza
Da tua presença
Profunda, imensa
Perpétua chama
Para quem te ama
Para quem te chora
Para quem te adora
A quem fazes falta
A estrela mais alta
E sempre cintilante
Mesmo distante
Dás-nos vida!
Obrigado!

Nunca tanto me senti
Sem ti...
Rainha do mundo
Estaremos no fundo
Sem ti...
Deusa divina
É tão má a sina
Sem ti...
Altar sagrado
Para sempre condenado
Sem ti...

O café é bom
Pousa no pires
Essa colher
É tão bom
Tu existires
Jovem mulher
Terna, eterna...
A vida não o é,
Sem ti...

(28/3/2005)

POEMA 99

SEM PODER

Se me derem o poder eu escolho
Não era por isto que optaria
A minha personalidade é fria
E nela me isolo e recolho

Dente por dente, olho por olho
Ideias que não me permitiria
Viver bem comigo em todo o dia
Mas até perante mim me encolho

Solidão que não me dá solidez
Não tenho razões, não tenho ambição
Não é a primeira nem a última vez

Só queria poder escolher de tudo
Ou saber se tenho alguma missão
Ignoro-o e vivo calado e mudo...

(31/3/2005)

POEMA 98

A MAIS DESEJADA

Nunca antes estive tão certo
Que vai acontecer o que peço
O teu tão esperado regresso
Nunca antes esteve tão perto

Longa caminhada no deserto
Distâncias infinitas que não meço
Meço apenas o grande sucesso
Dum acreditar de onde desperto

Hás-de aqui chegar e ler isto
Sem ti tudo apenas vale nada
Alguém como tu nunca tinha visto

A tua vinda por mim anunciada
Porque a esta notícia não resisto
Vai chegar a pessoa mais desejada! =D

(20/4/2005)

POEMA 97

ACREDITAR NA SORTE

Basta acreditar no que é possível
E com sorte talvez se realize
Talvez seja tudo aquilo que eu precise
Para atingir um novo ansiado nível

A minha crença só é credível
Para quem na sorte se especialize
Venha a sorte e com ela eu não deslize
Porque com ela eu sou quase invencível

Mas a sorte não vem quando dela necessito
E então fico tão vulnerável
Que nem na esperança já acredito

Mas a vida pode ser adorável
Se nela virmos o que é bonito
Amá-la faz-me ser saudável...

(7/4/2005)

POEMA 96

A CHEGAR À CONCLUSÃO

Por favor tu já te podes acalmar
Isto está a chegar à conclusão
Achas que apenas foi uma desilusão?
Uma maré contra quem tive de remar

Não sou vazio, sou extenso como o mar
Só tu é que tiveste sempre a razão...
Foi para mim um tempo de confusão
Confundiu-me a sensação de amar...

Os sentimentos continuam confusos
Mas os olhos estão bem abertos
E já não me permito tais abusos

Assim como há destinos incertos
Há vidas boas que têm maus usos
Só os vemos tarde, se bem despertos...

(26/4/2005)

POEMA 95

...

Se todas as palavras fossem escritas
Dolorosas e não verdadeiras
Não seriam com certeza as primeiras
Por mim ou por ti necessariamente ditas

Palavras que dizes mas não acreditas
Pára de dizer inconscientes asneiras
Magoas-me de todas as maneiras
Com acções e palavras hipócritas

Na minha vida o que eu queria
Era a tua preciosa companhia
Mas tu preferiste magoar-me

As palavras que eu percebia
Não eram as mesmas que ouvia
Pois pensava que querias amar-me

(31/3/2005)

POEMA 94

ÓPIO

Já passei nas trompas de Falópio
Já fui um espermatozóide e um ovo
Já vivi e passei muito logo não sou novo
Já cheguei a ser visível só ao microscópio

Agora olho-me por um telescópio
Estou acima de todo este povo
Sou um astro que não causa estorvo
Pois podem inibir-me pelo ópio

Duma célula tornei-me um asteróide
Uma grandeza que não tinha esperado
Ajudem-me, dêem-me um ópio alcalóide

A minha dimensão deixou-me mesmo tolo
Só sobrevivo se o tiver inalado
Sobre mim só o ópio tem controlo

(13/4/2005)

POEMA 93

ÚTERO

Queria voltar a um útero materno
Onde estivesse em alta protecção
Às vezes não aguento tanta pressão
E a minha vida torna-se um inferno

Se voltasse ao útero seria eterno
Porque atingiria outra dimensão...
Infelizmente as coisas assim não são
E tenho de encarar o que é moderno

E ter de enfrentar um mundo caótico
É a única reacção e a que me apoquenta
Preferia mergulhar no saco amniótico

E repousar descansado numa placenta
Quando ainda por formar o nervo óptico
De modo a nunca ver uma vida violenta...

(13/4/2005)

POEMA 92

MATOSINHOS

Matosinhos é a minha terrinha
Onde nasci num Verão já distante...
O tempo não pára, sempre constante
Como de cá estar vontade minha...

O excelente tempo que se avizinha
É disfarçado pelo nevoeiro cortante
Que se abate na praia, errante
Pois chega ao meio-dia e definha...

Quando eu for grande e enfim perecer
É em Matosinhos que isso vai acontecer
Onde aparecerei em cada manhã de nevoeiro...

Estarei sempre vivo e sempre verdadeiro
Àqueles que comigo não estão sozinhos
Pois todos os caminhos vão dar a Matosinhos...

(13/4/2005)

POEMA 91

SEXO FORTE

A vida deixa-me mudo e confuso
Paro para reflectir um pouco
De tantos gritos mudos fiquei rouco
De tanta contradição fiquei obtuso

Das oportunidades que tenho abuso
De tanto não ouvir fiquei mouco
Tudo o que tive soube-me a pouco
Não sei ainda porque me recuso

Talvez porque nada disto me apraz
Sem sentido porque isto não me pertence
Simplesmente sinto que não sou capaz

Neste aspecto não tive sorte
Pois na vida o feminino vence
Pois é o verdadeiro sexo forte

(30/3/2005)

POEMA 90

FRUSTRAÇÃO QUANTO AO GÉNERO

Como eu gostava de ter um diário
Onde anotasse o que tenho vivido,
Aquilo que não me é permitido
O meu falso e belo calendário...

Chamam-me tarado e ordinário
E reconheço que o tenho sido
Pois sinto-me pela vida vencido;
Tudo o que queria era o contrário!

Não me sinto bem com aquilo que sou
Condição a que me encontro submisso
De mim minha alma se cansou

Porque dizem "Seja o que deus quiser"?
Eu não me contento com isso
Preferia ter nascido mulher!

(30/3/2005)

POEMA 89

VELHO ESPÍRITO

Agrada-me um pensamento positivo
Que por alguém me foi aconselhado
E agora eu o vejo publicado
Por mim que estou tão negativo

Devia voltar ao meu estado nativo
De optimismo quase descontrolado
Que em mim se havia destacado
E que me alegrava só por estar vivo

Mas amigos vêm e dão-me esperança
Preciso de voltar a ter segurança
Tenho de voltar a um estado anterior

Palavras que digo e não acredito
Preciso do meu velho espírito
Que outrora me fez superior...

(4/4/2005)

POEMA 88

SAUDADE DUM PASSADO DE ESPERANÇA

Porque é que perdi toda a vontade
Para fazer tudo aquilo que me apraz?
Já não estou bem porque aqui não estás
E não consigo superar a saudade

Envolto em crises de ansiedade
De me libertar não sou capaz
Penso tanto nas coisas más
Que me esqueci da felicidade

Como eu queria uma mudança
Pois assim não consigo viver
Preciso ser feliz como em criança

O único passado que gosto de rever
Era aquele onde tinha esperança
Que em cada acordar te pudesse ver

(6/4/2005)

POEMA 87

QUANDO EU ERA MAIOR QUE TUDO

Eu também um dia fui já uma criança
Era muito feliz e realmente sortudo
Gostavam de mim e eu era um bom miúdo
Notava-se que em mim tinham confiança

Eu era uma bênção e uma esperança
Não tinha a timidez em que me escudo
Naquele tempo eu era maior que tudo
A tempestade é que vem depois da bonança

Mas inevitavelmente também eu cresci
Assim como à minha volta tanto se alterou
Tenho saudades de mim porque desapareci...

A vida que me enganou, gozou e esperou
Corri atrás dela mas não mais venci
Quero voltar a onde a minha vida parou...

(11/4/2005)

POEMA 86

OITENTA E SEIS

Em oitenta e seis entrei neste mundo
Espero que seja amaldiçoado esse ano
Tudo o que em mim existe é desumano
De podridão foi um ano fecundo

Agora permaneço só e moribundo
Talvez eu exista só por engano
E toda a hostilidade que emano
São lamentos por estar no fundo

Eu não faço ideia de quem eu sou
Não sinto qualquer motivação
A minha alma de mim se cansou

Só tenho um impossível pedido
Que me ultrapassa a compreensão
Odeio-me e preferia não ter nascido

(28/3/2005)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

POEMA 85

EU, EU E EU

Só eu alimento o meu grande ego
Porque só me deparo com egoístas
Só preciso de mim para as conquistas
E para o bem e mal que carrego

Só em mim me confio e me entrego
Eu devo ser o pior dos narcisistas
E a culpa é das decisões esquisitas
De esquisitas pessoas que agora renego

Pois agora descobri que só conto comigo
Portanto que assim seja! Tratar-me-ei
Como faria a um inexistente maior amigo

Assim quando quiser coroo-me como rei
E mereço o título! Sou eu que o digo!
Já que outros só sabem dizer que eu errei...

(21/4/2005)

POEMA 84

O PODER DA VERDADE

Alguém dúvida do poder da verdade?
Penso que seja do domínio comum
Que o valor da verdade é nenhum!
Para ser sincero perdi a vontade...

Quem ainda acredita na sinceridade
Sabendo que não leva a lado algum?!
Sabendo que no final apura-se só um
Aumenta e muito a competitividade...

Portanto de que adianta ser verdadeiro
Se nunca nada ganhei com isso antes
Apodero-me da mentira primeiro

Os sucessos são poucos e distantes
O poder da verdade é apenas passageiro
E quero as minhas vitórias constantes

(22,24/4/2005)

POEMA 83

ESTADOS MENTAIS

Não confies nos meus estados mentais
Porque ainda te podes arrepender...
Na vida há ganhar e também perder
Mas os empates é que são habituais...

E só mesmo às questões fundamentais
É que me dá vontade de responder...
Mudei para melhor e não vou ceder
Agora que contornei situações letais!

Já imaginaste se sou um fingidor
Que somente reconstruiu o passado
Para passar para ti a própria dor?!

Já antes terias alguma vez realizado
Se sou alguém sem moral nem pudor?!
Não se perde nada em ser desconfiado...

(21/4/2005)

POEMA 82

O DIA EM QUE A MINHA VIDA RENASCEU

Seria mais fácil se estivéssemos juntos
Qualquer ser procura o que lhe é ideal,
Quer seja uma utopia ou seja bem real;
A Natureza organiza-se em conjuntos...

É tão linda a abordagem destes assuntos
Uma condição linda que é quase irreal
Pois a magia deste dia em tudo normal
Está em dar vida aos quase defuntos...

Foi mais um dia em que subi as escadas
Da minha vida! E algo de bom aconteceu!
São tão fáceis as tarefas se partilhadas!

Escadas onde foste tu quem apareceu
E juntos subimo-las de mãos dadas!
Nesse momento a minha vida renasceu!...

(13/4/2005)

POEMA 81

SEM FOME, SEM SONO, COM SEDE

Acho que não sei o que se passa comigo
Sou complexo e denso como uma rede,
Estou sem fome, sem sono mas com sede
Sedento desses sonhos que persigo...

Sozinho sem confiança sou um perigo
Não esperes mesmo assim que eu cede
Não como não durmo mas com esta sede
Ganho forças e já tudo consigo!

E devem estar correctas as teorias,
Estou desidratado sem esse beijo
Que involuntariamente me oferecias...

Deste meu mau conteúdo me despejo
E fiz tudo exactamente como querias
Só para alimentar-me desse desejo...

(13/4/2005)

POEMA 80

TU ÉS A DOENÇA, TU ÈS O REMÈDIO

Tu és a indiferença, e o assédio,
A vida, a felicidade, a paz, a sorte,
O azar, a guerra, a tristeza, a morte,
És o cume, o vale, nunca um ponto médio!

És o meu divertimento, e o meu tédio,
O positivo, um optimismo, um suporte,
O negativo, um pessimismo bem forte,
Tu és a doença e tu és o remédio!

És só tu quem me cura quando doente,
E também só tu me dás esta doença,
És o remédio e de ti estou carente!

És tu quem o meu destino sentença,
O remédio sempre que estás presente,
A doença quando a saudade é imensa...

(13/4/2005)

POEMA 79

DESTINATÁRIOS ETERNOS

Porque é que ainda se faz poesia
Que é algo tão obsoleto e antigo
Vejam-se velhas Cantigas de Amigo
Má escrita mas já versos se dizia

Inspirados em verdura e maresia
Poemas que entender não consigo
Para quê estes temas que persigo
Que não me preenchem a vida vazia

Porque é que ainda se fazem versos
Cheios de subjectividade e sentir
E que nos deixam os olhos submersos?

Sentimentos que se hão de repetir
A destinatários eternos, dispersos,
Que também chorarão quando outrém partir...

(15/4/2005)

POEMA 78

O MEU PARAÍSO

Caracóis que devagar encaracolo
Enquanto me movem para o meu paraíso
De flores e vida! Cenário que preciso
Neste mundo em que me enrolo

Agora já não me levam ao colo
Pois supostamente tenho juízo...
E neste chão em que me enraízo
De tanta felicidade rebolo

Tudo é belo e puro nesta Terra
Paraísos vários aqui os tenho
Quem não acredita é que erra

Convicto e feliz me mantenho
Deste chão ninguém me desenterra
Nem deste paraíso em que me embrenho

(7/4/2005)

POEMA 77

UM NOVO NÍVEL

Hoje quando acordei senti-me incrível
Tinha vontade de começar este novo dia
Longe vai o tempo em que me perdia
Pensando numa realidade inatingível

Reconheço-me agora como sendo invencível
Derrotei uma vida que só me agredia
Um pouco mais de sorte era o que pedia
Mas deram-me também um novo nível!

Uma nova vida da velha tomou o lugar
E vão desaparecendo as cicatrizes
Que me deixavam demasiado vulgar

Acredita que até oiço quando me dizes
Que sou diferente... Tive de rasgar
O passado, reconstruí-me com boas raízes!

(11/4/2005)

POEMA 76

DEPENDÊNCIA QUÍMICA DA QUINTA-FEIRA ;)

Até quinta-feira sinto-me esquizo
Pois as saudades vão-se acumulando
Mas desaparecem exactamente quando
Estou contigo e vejo o teu sorriso

És o único vício de que eu preciso
E fazes-me bem se te for inalando
A dependência a que me vais levando
Leva-me à pedrada que tanto viso

Preciso de ti, de te sentir e de te ver
E apelo à tua total compreensão
Por como tu outra química não haver

Não preciso de qualquer explicação
Apenas preciso de ti para viver
Continuas a bombeá-lo directo ao coração

(9/4/2005)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

POEMA 75

OLHA!

Hoje os meus olhos têm um novo olhar
Olha para mim, diz-me o que vês agora
Pois vê sempre melhor quem está de fora
Que sensações estás agora a empilhar?

Porque não dizes a verdade? Se calhar
Não consegues e queres que eu vá embora!
Acho que não mas porquê a demora?
A tua opinião não costuma falhar!

Olha para mim, por favor o que vês?
Querias mudanças mas agora então
Porque não dizes tudo de uma vez?

Se calhar não te devia pôr esta questão
Mas foste tu quem primeiro me a fez,
A responsável pelas mudanças que cá estão

(9/4/2005)

POEMA 74

O MILAGRE QUE EU TINHA PEDIDO

Agora que te vi tudo é lindo
Antes também mas maus bocados
Mantiverm-me os olhos fechados
Até chegares e os ires abrindo

Lentamente da confusão vou saíndo
E vou juntando todos os lados
Que da minha figura desligados
Foram! O mal vai-se extinguindo!

Devo-te tudo isto! E mais ainda
Pois quando se perde o sentido
Dum milagre espera-se a vinda

E alguém se deve ter apercebido
Pois vieste tu serena, pura, linda,
És o milagre que eu tinha pedido!

(8/4/2005)

POEMA 73

EU E A MINHA PEDRINHA

Estava eu e a minha pedrinha
Sentados a olhar para o rio
De vez em quando estava frio
Por isso eu tinha tossinha

Gostei do desenho que lá vinha
Fiquei muito feliz quando vi-o
A pedra caiu! E foi por um fio
Que não perdi uma florinha...

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(7/4/2005)

POEMA 72

MENTE REVISITADA (O DESENHO NA PEDRINHA)

"Por favor faz-me aqui um desenho
No meio da pedrinha por favor
Podias desenhar-me uma flor?
Tens tanto jeito e eu não tenho :(

Espera aqui que eu já venho
Não olho agora para ti por pudor!
É feio olhar! Se isso tivesse cor
Ficava perfeito! Nele me contenho

Porque está tão lindo! Como eu sou
Sortuda em conhecer-te! Tu dominas
Tudo! Sabes sempre o que se passou!

O que se passa! Devem ser divinas
As tuas mãos que o olhar alcançou
Quando traçaste as imagens pequeninas"

(6/4/2005)

POEMA 71

MENTE REVISITADA (COLHI UM MALMEQUER)

"Fui ao jardim colhi um malmequer
Com ele andei a tarde toda! Contente
Reparei na tua reacção diferente
Pois não me censuraste sequer!

Eu acho que cada um faz o que quer
Desde que seja um acto consciente
E desde que se tenha presente
O que cada pequeno ser requer

E estavas-te a rir desta filosofia
Para ti estava tudo muito bem
Porque te corria bem este dia

Também estou bem, a flor não fala
Vou esquecer coisas que se sabem
E vou andar com ela na mala!"

(8/4/2005)

POEMA 70

A VIDA AGORA (O PÓS-7 DE ABRIL)

Agora não há mais decadência
Tenho mesmo de mudar de atitude
A capacidade de mudar é a virtude
Que invoco para o fim da violência

Tens razão quanto à essência
Que a vida tem! Espera que eu mude!
Como pude eu ser tão feio, rude,
Se não é assim a minha consciência?

Mas para mudar não me atrasei
Porque nada fiz que ma vá arrepender
Nada irreversível ainda usei

Talvez o tenha feito para defender
Ideias de que receio! Sei que abusei!
Mas agora há uma vida que sei entender

(8/4/2005)

POEMA 69

SESSENTA E NOVE

Hmmm, diz-me aquilo de que mais gostas,
Aquilo que te dá mais gozo e mais prazer,
Para te ver excitada tudo sou capaz de fazer
Tenho este vício de vos adorar bem-dispostas...

Ah e não resisto quando em mim te encostas,
Te roças, gemes e te convidas a um lazer
Que se tornou um ritual, uma festa: devo dizer
Que aprecio particularmente este arrepio nas costas

Adoro quando o teu corpo no meu se move
E se agita e as emoções ficam ao rubro
Tricas-me a orelha e lhe pedes que te renove

E já sem roupas sou apenas eu quem te cubro
E atingimos o climax com este sessenta e nove
Contigo em cada noite um novo prazer eu descubro

(13/4/2005, e já bastante tarde...e estava escuro...ah ah ah)