terça-feira, 29 de novembro de 2011

Conversas

Conversas!
Muitas conversas!
Muito conversas!
Várias conversas!
É todo um corolário de conversas!
Que ficaram por aqui dispersas!
E muitas deles são bem diversas!
E por que não dizer perversas!
E gostas! E gosto! E ninguém mais as tem!
Ninguém se entretem!
Não desta maneira, com palavras, com ideias!
As conversas nunca estiveram tão cheias!
De metáforas! Ironias! Figuras de tanto estilo!
E continuo a escrever, assaz tranquilo!

Conversas que tens comigo,
e sabes que sou teu amigo,
e que o amanhã nunca se sabe!
Ou então esperas que não desabe
este castelo feito de pedras deste caminho
que costumava trilhar sozinho
até tu teres aparecido!
E me teres ajudado!
A ser, a realizar, a conquistar
os feitos mais incríveis!
Surreais! Bem-estar!
E as conversas são credíveis
mesmo que eu nem sempre acredite!
Mesmo que eu me irrite!
E irrito com tanta conversa sem sentido!
Mas que são melhores do que os desejos que tenho tido!

Conversas! Com quem?
Que interessa se se conversa tão bem!
E se voa! Sem sair do lugar!
Mais acção e menos jogar!
Que jogo! Quem ganha?
Que situação tão estranha!
Que vivo! Que vives! Vamos vivendo
e agora compreendo
todas as tuas conversas!

Liberdade

Liberdade, conquistada
à custa de muito sofrimento:
não valerias mesmo nada
sem passar por cada momento
e lhe ter sobrevivido,
lhe ter tudo permitido,
lhe ter perseguido
e te ter esquecido!

Liberdade, subvalorizada
custaste-me muito sofrimento:
tu não vales mesmo nada
sem ter havido um momento
em que não te tinha,
em que não te mantinha,
em que de ti nada vinha
e me pareceste mesquinha!

Liberdade, sobrevalorizada
és um belo dum sentimento
em que outros valem nada
nem que existas só um momento
em que me dás a verdade,
toda a sobriedade,
te enches de notoriedade
e não sinto de ti saudade!

Porque aprendi o teu valor!
Porque transmites o teu calor!
Mesmo que eu já tenha sido frio!
Frio! Frio! Frio!
E sobre isso agora só me rio!
Choro a rir e fica um rio!
Rio! Rio! Rio!
Porque sei o quanto me dás prazer!
Porque és o melhor momento de lazer!
Mesmo que eu já tinha sido mudo!
Mudo! Mudo! Mudo!
E sei falar e calava-me contudo!
Contudo e  com tudo! Com tudo e contudo!

Hoje acordei e vi a liberdade no horizonte!
Estava um dia soalheiro e o sol deu-me energia!
Para enfrentar mais este dia! E que dia! Mais um dia!
Em que a alegria se desnudou mesmo na minha fronte!
E foi um momento de alta liberdade! E sem qualquer pudor!
E forjámos as nossas formas e o martelo na forja não causou dor!
Porque estávamos imbuídos dessa nuvem de felicidade!
Chamam-lhe liberdade e receio que seja, ainda bem, verdade!
E nesse momento fomos tudo o que vem nos livros: eternos!
Bonitos! Inteligentes! Semi-deuses! Sapientíssimos e ternos!
E os teus olhos brilham à chama enquanto a bigorna aguenta!
Cada martelada molda à nossa maneira a melhor ferramenta!
Aquela que nos permite construir essa metálica e inquebrável,
inoxidável e fálica, uterina e felina, tão bela! Duroadoira e estável
como a inércia da rocha que alberga o mineral que incorporas,
que veneras, com que te decoras, e deseperas, e que adoras!
Eu não sei mais o que possa dizer que não tenha já dito!
Sobre ti, sobretudo para ti, em ti, de ti, para ti e em ti e grito:
TU ÉS A MINHA NOVA PAIXÃO E NÃO TE POSSUO!
Por opção! Porque aprendi a lição! Porque é assim que construo
algo que sei que é tão imutável como a própria concepção!
O teu conceito, perfeito, sujeito a mais do que uma interpretação!
E então surgem novas manifestações e todos concordam ao discordar:
este é um tão belo sonho do qual não vou, não quero, mais acordar!
Hoje, amanhã, ontem, outrora, futuramente: sempre e para sempre só tu:
Liberdade! Conquistada!
Liberdade! Que me conquista!
Liberdade! Conceptual!
Liberdade! Sempre actual!
Liberdade! Tão e tão real!
Liberdade! Pareces surreal!
Liberdade! Grita! Comigo!
Liberdade tu não estás em perigo
Porque vives em liberdade! Só tu! Só tu!
Só eu e tu! E nós! E todos! Livres!
Assim o queiram!
E querem!
Querem!
Podem não o dizer!
Mas querem!
E esperam!
Que apareças!
Mas felizmente eu fui à tua procura!
E encontrei-te!
E partilho!
Partilho-te!
Com quem quiser!
Com quem quiseres!
És de todos!
Todos!
E todos te querem e te podem ter!
Eu quero!
Eu tenho!
Liberdade!

liberdade


Livre

Liberto

Livre!

LIVRE!

LI! Li!

Li sobre ti!

E sobre mim!

E percebi!

Liberta-me! Liberta-te! Liberta-os! Li... Li...
Li...

Liberdade, conquistada, por nós!

Segunda escolha

Nem tudo é o que parece,
como aquilo que acontece
quando de manhã se parte rumo ao desconhecido
e só nos salvamos ao voltar ao ninho adormecido.

Segunda escolha, sabe para onde vou,
Terça-feira ainda não sei onde estou,
a última palavra foi o seu presente;
já a sua palavra continua presente...

Nem tudo soa ao que soa,
como aquela outra pessoa
que um dia nos pareceu que tudo tinha a merecer
e só nos salvámos quando não ficou pelo parecer.

Segunda escolha sabes por que não vou,
Terça-feira sei que sim porque já lá estou,
a primeira palavra foi o meu presente;
já a tua palavra continua presente...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Veneno

O sabor das ideias é algo que não posso saber,
o valor das ideias não posso materializar,
o que me dizes eu não quero perceber;
o filme é teu e não serei eu a o realizar.

Neste jogo do ter e do haver
não sou eu que fico a perder;
o mais cego é o que não quer ver,
o mais fraco acha-se com  mais poder!
E não tem força nem para gritar
quando suavemente levanto a voz,
não é possível em alguém acreditar
quando se ata nos seus próprios nós!

O prazer que me dás não posso quantificar,
as palavras que escrevo não as percebes,
a corda está tensa e se a tentas esticar
rebenta-se como essas águas em que bebes!

Neste fosso entre vida e morte
não és tu que estás a respirar,
o que tem azar acha-se com sorte
e as marés acabam sempre por virar!
E não tem força nem para falar
quando suavemente eis que argumento,
cai no ridículo quem não se sabe calar,
quer eternidade e terá o esquecimento!

Dá-me um pouco do teu veneno
mas aos poucos para me habituar!
Atinge-me pois continuo sereno
a ver esse teu decrépito actuar!

Continua a tua intoxicação
agora que lhe sou imune!
A justiça poética é a reacção
que não te deixará impune!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

... de amor dilacerante

A correr!
Só mais um instante!
A sofrer!
Sentido extenuante!
Um horror!
Vivido já distante!
Que terror!
Nas garras do gigante!
A morrer!
De amor dilacerante!

E um dia não são dias mas por mais dias que passem tudo me parece só um dia!
E nesse dia que foi feliz e já distante reverto o tempo e acho-me nele tão presente!
E gosto de ti e se o digo não entendes ou finges não entender e acredita que entedia!
E se calhar nada disto me interessa porque esse dia passado já te fez muito mais atraente!
E um dia que eu te veja da mesma forma não vais conseguir parar o meu ímpeto intempestivo!
E chegará o momento e essa estrela não mais me cegará e a claridade vai ser o meu alimento!
E em poucas palavras te direi tudo o que penso pois que me torno cada vez mais assertivo!
E então serei feliz porque terei realizado tudo o que sonho agora e eternizarei o momento!

A morrer, de amor dilacerante...
A morrer, de amor...
A morrer, de...
A morrer...
A...

Que pergunta é essa, coração?

Que pergunta é essa, coração?
Queres saber tanto e nada me dás;
explica-me tu como és capaz
de beber em mim tanta inspiração?

Sabes como me admirou a reacção
que tive a essa pergunta mordaz?
Mas se queres saber tanto me faz!
Saberei no dia da angelização!

Não percebo como é que começaste
com essa do "E tu nunca amaste?!"!
E nem sei se quero perceber...

Não esperes que eu pare para pensar,
o mundo gira e não vou descansar;
o gelo derrete no licor que vais beber...