sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

POEMA 1

UM

Agora que por fim te conheço
Tudo o que imaginei é verdade
Vi-te uma vez e sinto saudade
És muito mais do que eu mereço

Sinto-me frio como o gesso
Moldado perante a vontade
Desta catatónia de ansiedade
Onde quedo mudo e espesso

Contigo à frente sou menos de um
A tua grandeza que me diminui
Adoro-a e não me faz mal algum

E não permaneças só e púdica
Acredita em ti pois se anui
Que o teu espírito te faz única

(2/3/2005)


("1" from www.balloons.co.uk)

100 POEMAS para Mariana


© Moralez, 2005

... e agora também para todos vós que isto lerdes!

Cem a razão!

Há pessoas que não querem falar comigo! Que se fodam!, em bom português diz-se assim! xD

Em tempos essas pessoas, vá!, essa pessoa!, queria falar comigo! E bastante! Aliás falava muito! Muito mais do que eu, que escrevia mais do que falava! Ainda hoje há imensas pessoas a quem faz uma impressão danada eu escrever mais do que falar! Mas essas são outras conversas...

E eu escrevia, escrevia...

Em verso! Que é mais bonito! Fica no ouvido!
Também dizem que é mais complicado! Oh, nem é...

E eu estava tão máquina de escrever que tive de me impor um limite!

"Vou-te fazer cem poemas em dois meses!" - disse eu. E cumpri! Até escrevi mais de cem mas... O que é que isso interessa?! Nada! (adoro Mão Morta, alguém já viu a capa do Blitz, perdão, a Blitz, deste mês? um dia também falo deles aqui...)

Ela leu, chorou e gostou - disse-me!

E agora quem quiser vai ler, se quiser chora, se quiser ri, se quiser que seja o que quiser mas espero que goste! E que comente!

Cem poemas...
Aparecerão aqui pela ordem que escolhi mostrá-los à pessoa que não quer mais falar comigo.
As pessoas mudam... Os poemas não!

Happy!

:)
:)
:)
:)
:)
:)
:)

sábado, 20 de fevereiro de 2010

os halógeneos

F
Cl
Br
I
At

as vogais

a
e
i
o
u

os números naturais (1-43)

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Velhinhos de mãos dadas

E se nós fossemos também uns queridos
Como aqueles velhinhos de mãos dadas?
E se entrassemos num conto de fadas
Ou ficassemos no tempo perdidos?

E se fossem dados e não pedidos
Beijos de mentes bem sintonizadas
Toda uma vida... Preces almejadas
Caso estivessemos para sempre unidos...

E se este sonho também se realiza?
Então com certeza que te diria
Que um velho até de uma velha precisa

Se o amor é eterno como eu queria
E do futuro ninguém nos avisa
Que se viva e enfrente a geriatria!

(20/7/2005)

obrigado por me recordares disto anónima

Os diamantes são eternos, o brilho não!

- Devias mostrar todo o teu brilho! A sério! Tens aí um brilho escondido à espera de aparecer e é pena que ninguém o veja!

- Pois, é tanto o brilho que até cega...

- Cega? Quem? Cega quem já não o consegue ver! Não os cega pois esses já estão cegos!

- Deixa lá, esquece...

- Quê?

- Esquece... Esse brilho já não existe...

- Mas eu vejo esse brilho!

- Onde?

- Em ti!

- Eu não vejo...

- Vejo eu!

- Não, eu já brilhei mas já não brilho mais...

- És um diamante por lapidar! Tu brilhas e tens tanto tanto tanto valor!

- Acho que não... Mas obrigado por tentares... Eu sei que para ti existo para sempre mas o meu brilho simplesmente desapareceu... E não há nada que possas fazer...

- Há sempre algo que se pode fazer! Foste tu que me ensinaste isso!

- Talvez tenha ensinado, quando eu tinha algum brilho...

- E tenho ainda tanto a aprender contigo!

- Talvez mas já não brilho...

- Brilhas sim!

- Não...

- Oh, brilhas!

- ...

- Brilhas para mim! Qual estrela cintilante no céu limpo do alto desta montanha! Oh tu brilhas! E muito!

- Não vale a pena, a sério...

- :(

E assim terminou a conversa. Um homem a perder o seu brilho mas mantendo a sua dureza, como um velho diamante por lapidar; é imortal? Sim!, mas sem brilho...

Dead but Breathing

You know, I wake up so tired
That I want to sleep again
But I can't or I will be fired
And I'll have to start again...

Fuck, I don't know what to say...

I'm dead but breathing
And I hate this feeling!

Today it's so shiny and bright
That I'm supposed to be funny
But now I can't stand the light
And you can pay me lots of money...

Fuck, I hate all that I say...

I'm dead but breathing!
So fucking what?
Who cares anyway?

So dead inside
Breathing is a lie
Social suicide
In the place I lie
My mind...

So full of void
Nothing is my name
Life that I avoid
I have this shame
But no soul...

I breathe... dead!
I breathe... not so bad!
I'm dead...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Deixa lá...

Como eu gostava de perceber o que tens! A sério! Dava tudo para conseguir arrancar de ti a sensação de seres tudo o que não és! Eu pergunto o que tens e só me dizes "deixa lá"! Mas deixo o quê? Quero perceber! Por que estás assim? Foi algo que te fiz? Algo que te disse? Não me deixes nesta incerteza! Fico a pensar que fiz algo de errado e não percebo o quê! Ficas sempre assim, fechado em ti mesmo! Fala! Falar faz bem! Fala comigo! Nem comigo falas?! Eu estou aqui para te ajudar! Deixa-me ajudar-te! Ajuda-me a ajudar-te! Não percebes que assim também me deixas triste? Percebes, eu sei que sim mas só me dizes "deixa lá"! Não deixo! Recuso-me! Porque gosto demais de ti! Irrita-me! Tu irritas-me! Porque não me deixas fazer algo por ti! Pintas o quadro mais negro do que ele é! Eu não te percebo, de facto. Tu não deixas que te percebam! Não queres que te percebam! Crias isto para terem pena de ti?! Eu não tenho pena de ti! Isso é tão mau! Não precisas que tenham pena de ti! Não faças isto! Tu não és isto! És muito mais! Deixa que o Mundo perceba a pessoa que és! Não sei que mais fazer... Eu é que já preciso de ajuda! Acabou! Estou farta de tentar! Isto vai ser sempre assim? Não quero isto! Desculpa mas não! Gosto muito de ti mas não posso viver assim! E tenho isto para te dizer! E tu que me tens a dizer? "Deixa lá"?! Desisto!

Manta morta...

Viam-se raios de sol a entrar pelos buracos do telhado. Faziam círculos na parede esverdeada, muscícola e liquenosa. Não, apenas muscícola. É esta a palavra? Tinha musgo! E havia folhas no chão. Folhas de árvores que se abanavam ao vento por ali perto. Algumas já bastante secas. Toda uma manta morta se estava ali a formar! As raízes... As raízes invadiam já o espaço, por entre as falhas no telhado. Também elas se interessavam pela manta morta! A vida alimenta-se da morte, não o contrário! Os mortos não se alimentam! Os vivos sim! Somos necrófagos! Sim, comemos mortos. Ou o galo costuma cantar na vossa cabidela?!
A morte estava ali. Cheirava a morte. O aspecto era de morte. Não a ouvi, contudo... Estavam a bater à porta... Não fui abrir. Podia ser a morte e não me queria encontrar com ela. Sentia-a tão perto...
Continuei a observar, à procura de movimentos. Encontrei-os. Larvas moviam-se furiosamente num crânio putrefacto de um pequeno animal. Um pequeno morto. Uma pequena morte? Não sei...
Ossos... Havia ossos no chão. Pequenos ossos. Grandes ossos. Pedaços de carne nos ossos. Pelos na carne. Pelos nos ossos. Larvas, carne, pelos, ossos. Morte. Uma manta morta cheia de vida. Da morte se faz vida! Não o contrário. A vida parasita a morte. A morte só quer viver a sua vida descansada... A sua morte! E havia medo no ar! E esse eu ouvia bem, sob a forma de silêncio! Medo de quê? Da morte? Essa não assusta ninguém com a sua inércia! Só a vida! As larvas cegas e revoltadas, as raízes penetrantes e desinibidas, todo um mundo microscópico, biológico, incógnito, assassino, assustador!

A manta morta vive...

O direito de chupar - pt. I

Há quem chupe direito!
E há quem não tenha jeito...
Há até quem se queira escapar
A conquistar o direito de chupar!

Chupar é um direito, mais do que um dever!
E se chupas direito ou não vou ter de o ver
Com os meus próprios olhos e talvez opine
Mas não esperes que seja eu quem te ensine!

Então aprende a chupar! Aprende! Chupa!
É com a prática que a mestria se ocupa!
Chupar é aprender! Chupa e aprenderás!
Eu sei que chupando bastante serás capaz!

Até gosto quem de direito chupa direito!
Não saberão mais mas ninguém é perfeito!
E se têm na ponta da língua esse dom
Da palavra então o resultado é bom!

Chupar é democrático e bem legal!
Chupar é o melhor direito de Portugal!
Há os que chupam e os que são chupados,
Ou tudo seguido ou então aos bocados...

Chupem que vão ter prova oral!
Não gostam? Azar mas não é ilegal!
Enquanto for chupar o vosso direito
O orçamento continuará estreito!

E se um dia for já um direito adquirido
Não será só chupar, será ser digerido
Pelas vossas vastas incompetências,
As línguas, as bocas, prepotências...

Esquece...

Esquece...
O quê?
Esquece...
Porquê?
Esquece...
Como?
Esquece...

Esquece! Já disse! Esquece! Tudo! Porque sim! Como conseguires!

Não penses, esquece! É mais fácil! É o que te têm dito a vida toda! Segue o conselho e esquece! Tudo!

Apaga! Tudo! Da memória! Não há espaço para tanto! Esquece e apaga!

Renasce! Já nasceste uma vez porque assim decidiram! Renasce agora que assim tu decides! Mesmo que seja eu que o diga! Esquece, apaga e renasce!

Vive! Já que não conseguiste viver até aqui! Esquece que não viveste, apaga a tua não vida, renasce e vive!

Morre! Agora que vives já podes morrer! Já tens uma vida! Já nada te resta mais! Não penses mais! Apaga-te! Esquece...

Esquece... Alguém se lembrará por ti! Esquece... Alguém se lembrará de ti! Esquece... Tu não existes! Esquece... Tentaste mas esquece...

Deixa a memória desaparecer...
Não lutes contra ti!
Deixa de haver memória...
Não lutes...
Deixa...
Não...

Esquece...

Não!

Esquece!

Não!

Ou então...

Esquece...

Esquece...

Esquece...

Outra vez...

Esquece...

E milhares de anos depois quando ninguém já se lembrar das memórias, quaisquer memórias, de qualquer um, então esquece...

Esquece...

E volta a vir...

Esquece...

E volta...

Esquece...

E...

Esquece...

E as moscas voam numa sala cheia de fumo onde as memórias se diluem em gases venenosos...

Esquece...

E todas as pessoas apresentam-se perante um corpo que jaz sem memória e sorriem de satisfação!

Esquece... Aquele morreu sem alma...

E num dia de luar, não, numa noite, ou num dia mesmo?!, é irrelevante, a lua estava lá... Nesse momento alguém ressuscitou e lembrou-se de dizer que nao tinha memórias!

Esquece...

Como se podia lembrar disso?

Esquece...

Afinal não estava morto...

Estava esquecido...

Mas esquecido de quê?
Porquê?
Como?

Esquece...

Já chega?

Não...

Esquece!

Sim!

Esquece!

Tu!

Esquece...

És um caso perdido!

Esquece...

E depois vieram amigos do sul que se esqueceram do sítio onde estavam e voltaram para o sul para esquecerem a má experiência e eu pensei: "é melhor esquecer"... E eventualmente esqueci-me mesmo... Até escrever tudo isto aqui...

Esquece...

Sítio: a palavra mais difícil de escrever! Quando te queres esquecer de algo! Pois uma memória tem um sítio...

O seu sítio. Na memória. O seu sítio. Físico. Macroscópico, digo. Sítio.

Esquece...

É só um sítio...

Não é uma memória...

Um sítio de memórias!

Uma memória em vários sítios...

Esquece...

Estás a ler isto?

Esquece...

Não estás a ler?

Esquece...

Esquece...

Esquece...

Esquece...

Esquece...

Esquece...

Esquece...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Ninguém é perfeito!

Sabem, ninguém é perfeito!
Às vezes queremos pensar que sim...
Há sempre uma ou outra pessoa com aquele jeito
Especial que nos põe a questionar... enfim...

Não, ninguém é perfeito!
Mas nem sempre queremos acreditar
Que aquela pessoa que tão bem nos tem feito
É alguém tão fácil de detestar...

Ninguém precisa de ser perfeito!
Deve ser uma qualquer pressão social...
É uma ditadura de maiorias que não aceito,
São as massas que definem o que é ou não normal...

15-09-2009

Black Bra

You know we just can't go back
My guitar is white just like you
Like your bra my guitar is black
We know what we are supposed to do

Why we love this colour black?
Are we afraid of that we lack?
And by the way what's your side?
We can find a way to one last ride!

Why can't we go back in time?
There is so much still undone
I miss it and it is not a crime
'cause it's so deeper than fun

Beyond your bra, what we hide?
Better than act is let it slide
There's no fear stronger than will
There's no reason stronger than fell

If you just wanna be my guitar
I just wanna grab you and play
But it has been dificult so far
'cause I just can't tune you today

(10/2/2006)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Thank You mary!

I remember, once upon a time,
Of happiness in every rhyme
Until the day I read the word
It turned me against the world

A passionate dream became a nightmare
And then I realized life is not fair

I listened to a song that made me live
I made a long way in order to forgive
I knew the bodies of another passion
And survived unscarred a depression

I'm a so much better person today
One day I'll find you again and say:
Thank you mary!

I won't try to know where you are
Curiosity kills and I won't go so far
But I believe that my crazy fate
Will join us in an unexpected date

Will flowers bloom or clouds cry?
Will you believe me or think I lie?

You can be sure that I'll smile
'cause everything was worth while
Thank you mary for your bless
From loss arises greatness!

9-12-2009