sábado, 23 de janeiro de 2010

Sei lá...


És tão... sei lá!
És tão algo que nem sei explicar...
És simples, querida. Inocente até!
És algo de muito bom. Acho que até conseguia explicar
Mas requeria um grande esforço e muitas palavras...
Posso tentar! Afinal conheço tantas palavras...

És tão bonita! Mas a beleza é comum...
E não sabes sequer realçar o melhor de ti.
És como aqueles diamantes em bruto, por lapidar,
E não te lapidas, nem te deixas lapidar.
Não pareces entender sequer que és um diamante!
Talvez não sejas mesmo e eu esteja enganado,
Talvez esteja apenas pela tua beleza radiante ofuscado
Sei lá...

Detesto tanto gostar de alguém assim...
Assim como? Sei lá! Como... tu!
Aérea. Confusa. Difícil de ler...
Sem rumo, sem vontade, sem brilho,
Embora eu te veja tão brilhante...
E por que te acho tão interessante
Se não és? Este meu lado racional...
E este meu lado emocional... Detesto!
Sei lá porquê... mas gosto de ti!

Não és inteligente, não és rápida,
Despachada, empreendedora, responsável,
Nem nada daquilo que aprecio em mim,
És tudo aquilo que eu queria ser e não sei
E detesto! Será inveja? Sei lá... Talvez...

Andas perdida, triste, desiludida,
À procura de algo que já podias ter,
À procura de algo que não podes ter,
À procura do que nem sequer existe,
À procura dum sonho perdido no passado.
É incrível como tu não percebes
Que o presente é um passo para o futuro
E não o passado um passo para o presente!

Memórias... aquelas que se guardam no sótão
E a que tu constantemente acedes
Com sofreguidão, com paixão, cega!
É revoltante a tua cegueira
Quando tens alguém que te guie
E simplesmente não o queres ver!
Quando te dão um conselho sábio
Que teimas em ignorar repetidamente...

Um dia, e esse dia pode nem demorar,
Talvez não tenhas esta mão que te guia
E então talvez aches a falta que faz!
Tarde demais? Talvez... Sei lá...

Mas nesse dia vais sorrir, eu sei como és,
E não vais perceber que perdeste o ouro.
Terás alguma peça de valor inferior
E estarás contente a pensar que é aurea
E de novo estarás iludida
E de novo ficarás desiludida
E o ciclo vai-se repetir
Vezes e vezes sem conta...

Oh mas como eu gosto quando sorris!
E ao mesmo tempo revelas aquela parte de ti
Tão mais vazia... Simples, alegre mas oca...
Só gosto de metade de ti
Metade mais um bocadinho
E não sei que bocado é esse que faz a diferença.
Ao contrário de ti quero saber tudo
E se não sei tudo não descanso...
Tu não me descansas
Preocupas-me imenso!
E para quê? Porquê? Não sei... sei lá!

Não sei o que és. Quero saber. Preciso!
Se sinto que és algo de tão bom
Por que razão não o consigo entender?
Que és tu? Quero saber...
Por que não me deixas entender?
Que mais posso fazer?
Que menos posso fazer?
Para saber... mais!

Prometo que vou tentar ler
Tudo o que me escreves;
Só espero não me cansar...

06-10-2009

1 comentário:

  1. Finalmente um dos meus poemas favoritos aqui.... que queres que diga mais? sei lá.... lool... adorei estas muito fixe mesmoooo

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