sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Prisioneiro de um sonho!

Pesadelos cor-de-rosa, azuis, violeta,
mios guturais, rugidos de mansinho,
corro e corro mais e nunca chego à meta,
sou perseguido apesar de estar sozinho,
acomodado neste terrível pesadelo!
Estou livre, preso na lã deste novelo
que desnovelo ao ler novelas de novo,
estou quentinho e apertadinho no ovo
até perceber que sou da geração rasca
e então começo a bicar a minha casca
e não me deixam porque assim entra a luz!
Para muita gente é esse o caminho da cruz,
essa libertação, esse passeio, o calvário,
ter mais um dia a perder no calendário
quando após 366 tudo está na mesma!
Nem um centímetro ao lado, nem uma lesma
no seu vagar conseguia andar tão devagar!
Arrasto e deixo que o meu rasto se vá apagar
pois trilho o sarilho deste feio passeio
sem encontrar ou sequer tentar um meio
de lá voltar e aprender com o passado!
Passado, estou, sim, e mais cansado
do que um discurso sempre repetido, gasto,
estou sozinho nesta cela e cá me agasto
a fazer nada e a fazer nenhum com vontade!
Ai tenho vontade de fazer mais, de verdade,
a verdade é só uma, eu gosto desta sentença,
ao contrário do que penso que a maioria pensa,
eu sou o mais feliz de todos os prisioneiros,
eu sou o mais original de todos os pioneiros,
sinto-me o primeiro e não me envergonho
de ser, por opção, prisioneiro de um sonho!

1 comentário:

  1. a proeza d poesia é que são palavras que não falam a um cérebro, mas a um coração! e o mais estranho... ele entende-as muito bem:) obrigada pela partilha! abraço, sonia

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