segunda-feira, 30 de abril de 2012

o caminho das cruzes à conversa com os que não lhe são indiferentes


Luz, luz, luzes e mais luzes
e no meio da poeira há espaço
para acenar com umas quantas cruzes
e não sei por que me maço
por pensar que ainda há um ou outro cristo
que as poderá, um dia, habitar
e nem sei por que ainda existo
e por que quero conquistar
os Montes Gólgota que vejo
aqui e ali e em todo o lado
se, porventura, não é desejo
do que a cruz carrega ser ajudado...

Mas há algo maior que me impele
para salvar os que oprimidos
tentam salvar a sua própria pele
e a dos que serão também vencidos
sem terem sequer vontade de lutar
e não compreendo, não consigo,
não quero ver, não quero escutar,
os argumentos que dão ao inimigo
para justificar o injustificável,
o que é apenas mais uma conversa
para mim absurda e inefável
a uma alma que no silêncio se dispersa...

Silenciando o silêncio silencioso
sigo seguindo o que não seguirei
ora aventureiro, ora receoso,
ora até ao infinito, ora até onde irei,
e tenho a certeza, se me é permitido,
de que este dia, na sua essência,
é tão curto e vil é tão comprido
como aqueles na sua adjacência
e como tudo me parece sempre cíclico,
igual, já visto, nefasto, aborrecido,
usado, gasto, redundante, encíclico,
enfim, tudo é, agora, como tem sido...

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