Silêncio.
Silêncio.
Silêncio.
Silêncio.
Silêncio.
Mais... silêncio.
Mais...
Silêncio...
...
Posso ouvir tudo com clareza mas só ouço... silêncio.
Assim estivesse surdo e ouviria mais do que silêncio...
Pois que não haveria silêncio há minha volta, apenas na minha mente,
e contudo este silêncio que me abraça está em mim tão presente...
E silencia-me.
Podia falar mas para quê?!
A parede responderia, é verdade,
a cada vibração reflectida,
mas tenho aquela saudade
de ver uma ideia debatida
e a parede só me dá mais do mesmo,
só me dá a minha opinião...
E distorcida...
E quero outras...
E não as tenho...
Silêncio...
Onde me escondo...
Que me esonde...
Vou para onde?
Neste buraco...
Silêncio...
Melancolia.
Desespero.
E porquê?
Nada se passa,
que calmaria,
era só isto que eu tanto queria
e agora que o tenho, como me sinto?!
Silencioso e extinto!
Extingui-me, como uma luz que definha até desaparecer...
Como um lume que crepita até apagar...
Devagar....
Muito devagar...
Até que nada se vê,
nada se ouve,
nada aquece...
E a força dos homens desaparece...
Imenso, é este silêncio.
Gigante.
Intenso.
E até pensar faz barulho.
Pensei nisto.
E isto desfez a paz que me consome.
Tenho fome.
De silêncio.
Quero voltar
a estar
em silêncio.
Sem pensar.
Sem me alimentar
nem alimentar a esperança
de um dia voltar a ouvir
uma voz que seja
pois estou calado
quem me ouve
são os outros e nunca eu...
Quem os ouve sou eu
e não os ouço
e então o silêncio é extremo...
Deixem-me estar em silêncio...
Para sempre...
Sempre...
Sempre...
Sempre...
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Esse silêncio... Devagar... Vagaroso, quase parado... Penoso... Não quero...
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