segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Silêncio.

Silêncio.







Silêncio.






Silêncio.





Silêncio.




Silêncio.



Mais... silêncio.



Mais...



Silêncio...



...



Posso ouvir tudo com clareza mas só ouço... silêncio.




Assim estivesse surdo e ouviria mais do que silêncio...


Pois que não haveria silêncio há minha volta, apenas na minha mente,
e contudo este silêncio que me abraça está em mim tão presente...


E silencia-me.


Podia falar mas para quê?!


A parede responderia, é verdade,
a cada vibração reflectida,
mas tenho aquela saudade
de ver uma ideia debatida
e a parede só me dá mais do mesmo,
só me dá a minha opinião...

E distorcida...

E quero outras...

E não as tenho...


Silêncio...


Onde me escondo...


Que me esonde...


Vou para onde?

Neste buraco...


Silêncio...

Melancolia.


Desespero.

E porquê?

Nada se passa,
que calmaria,
era só isto que eu tanto queria
e agora que o tenho, como me sinto?!

Silencioso e extinto!

Extingui-me, como uma luz que definha até desaparecer...

Como um lume que crepita até apagar...

Devagar....


Muito devagar...

Até que nada se vê,
nada se ouve,
nada aquece...
E a força dos homens desaparece...

Imenso, é este silêncio.

Gigante.

Intenso.

E até pensar faz barulho.

Pensei nisto.

E isto desfez a paz que me consome.

Tenho fome.

De silêncio.

Quero voltar
a estar
em silêncio.
Sem pensar.
Sem me alimentar
nem alimentar a esperança
de um dia voltar a ouvir
uma voz que seja
pois estou calado
quem me ouve
são os outros e nunca eu...

Quem os ouve sou eu
e não os ouço
e então o silêncio é extremo...

Deixem-me estar em silêncio...

Para sempre...

Sempre...

Sempre...

Sempre...




1 comentário:

  1. Esse silêncio... Devagar... Vagaroso, quase parado... Penoso... Não quero...

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