terça-feira, 7 de agosto de 2012

Tenho saudades dos campos de trigo

Tenho saudades dos campos de trigo
onde corria sem rumo mas contente,
em nada pensava e agora não consigo
deixar de pensar, descansar a mente...

Ir sempre em frente era o melhor caminho,
não havia espaço para quaisquer enganos,
mesmo estando não me sentia sozinho,
são as melhores memórias que guardo há anos...

Tão longe e tão perto,
sei que o mais certo
é não lá voltar;
dourado deserto,
um sonho aberto
que me dá bem-estar,
mas quando acordo
e disto me recordo
dá vontade de não despertar...

Tenho saudades dos vários insectos
que à minha volta se coleccionavam,
desde aí passei por vários aspectos
que por esses dias nem se equacionavam...

Sorriso fácil, tudo era aprazível,
amigos eram todos os que avistava,
a minha voz doce era sempre audível
e estava sempre bem onde sempre estava...

Tão longe e tão perto,
sei que o mais certo
é não lá voltar;
dourado deserto,
um sonho aberto
que me dá bem-estar,
mas quando acordo
e disto me recordo
dá vontade de não despertar...

Tenho saudades do cheiro da terra
que húmida se evaporava no ar,
e se é certo que toda a gente erra
erro eu em tardar a regressar...

Paz instalada, ouço bem a cigarra,
fresco numa pedra à sombra instalada,
desato a correr e ninguém me agarra,
liberdade tão boa no tempo estacionada...

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