sexta-feira, 1 de março de 2013

I CAMPEONATO NACIONAL DE POESIA - Jornada I

"Eis o desafio desta semana:
Imagine que celebra, hoje, 45 anos de união com a
pessoa que ama e sempre amou.
Escreva-lhe, usando não mais de 300 palavras, um
poema."


Bem, sempre apreciámos a sinceridade
e nada melhor há do que a amarga verdade,
e já que entre nós nunca houve cá mariquices…
Eu dizia piadas, esperava que te risses!

Se ainda tenho tudo isto na memória
vou continuar a escrever a nossa história:
eu pensei que seriam só mais umas fodas,
sempre assim foi e também não te incomodas,
a beleza nunca faltou, nem sequer o charme,
como acreditar que um dia ias amar-me?

Como tu e eu sabemos, nada é perfeito,
nem para nos aturarmos temos qualquer jeito,
tu nunca me dás paz, como é que eu relaxo?!
Ou é uma vassoura pelas costas abaixo,
ou são discussões, uma distracção frequente,
por isso temos uma filha delinquente!
E um belo rapaz, pai pela décima vez!
E a culpa é nossa, como é que não o vês?!

Quem diria que um dia seríamos avós
e os nossos filhos respeitariam a nossa voz
sem qualquer reacção contestatária?!
Há dias em que a experiência é necessária!

Não somos católicos mas casámos na igreja,
a tradição, e os pais, impõem que assim seja:
vestida de branco, qual mulher submissa,
desde então nunca mais ouvimos uma missa;
vestido de negro, à empregado de mesa,
há algumas fotos, aconteceu de certeza!

Bons e maus momentos, frios, quentes e mornos,
eu sei muito bem que já me puseste os cornos;
jurei negar-te o sexo durante todo um ano
mas então lembrei-me que eu também me engano…
Herrar é umano, perdoar-te é divino;
lembras-te quando nasceu o nosso menino!?

Nada correu mal pois nunca fizemos planos,
será que já passaram quarenta e cinco anos?!
Detesto aturar-te com esse mau humor
mas o tempo passa… e acredito que é amor!

(6-12-2012)

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