domingo, 22 de agosto de 2010

POEMA 86

OITENTA E SEIS

Em oitenta e seis entrei neste mundo
Espero que seja amaldiçoado esse ano
Tudo o que em mim existe é desumano
De podridão foi um ano fecundo

Agora permaneço só e moribundo
Talvez eu exista só por engano
E toda a hostilidade que emano
São lamentos por estar no fundo

Eu não faço ideia de quem eu sou
Não sinto qualquer motivação
A minha alma de mim se cansou

Só tenho um impossível pedido
Que me ultrapassa a compreensão
Odeio-me e preferia não ter nascido

(28/3/2005)

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