quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Valeriana

No teatro da vida estou bem-disposto
e é novamente a verdade que se adia,
deixa a máscara, eu conheço o teu rosto;
o carnaval passou e foi só um dia.

De ti não espero nem um abraço,
pois sei que não gostas de mangas,
e temo-nos dado tanto espaço
que assim não há azo a zangas!

Há ideias que só tu percebes,
pois o coração não é gelado
como aquele chá que não bebes;
frio é um espírito destroçado.

Há noites que passas em claro
mas sabes que não te abandono,
o teu raciocínio é-me tão caro
quanto o teu problema de sono.

E não entendo o teu desleixo
pois não tens formação em falta
e como vês não é assim que deixo
de te falar da tensão alta...

Há uma aldeia que é uma fantasia
e só tu sabes como a alcançar,
por esse rio acima, indo da maresia
até um sítio onde se possa descansar...

E até lá será só o destino
quem nos continua a juntar,
em cada chávena de cappuccino
é contigo que quero estar...

Sem comentários:

Enviar um comentário