segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Alquimia sentimental

Alquimia sentimental, tendo uma pedra em vista,
não a filosofal, uma sentimental que não me resista;
como posso saber se há ouro no teu coração empedernido?
Será que é frio por ser de metal ou por já ter sofrido?
Eventualmente como o coração de muita gente
que sobreviveu à traição de um fogo quente
onde os humores se evaporam no ar, destilados,
onde os amores perdidos foram já encontrados...

Quero uma poção fundamental, não me vendam a banha da cobra,
um metal tão resistente que seja pau para toda a obra,
quero viver para sempre, ou até encontrar o que procuro,
então verei a razão e terei feito o destino que tanto auguro.
Onde está o remédio para tudo, minha deusa Panaceia,
se a luta é constante haverá uma Themis que a premeia?
Chorei lágrimas de prata sobre o meu cadinho de porcelana
onde macerei folhas da árvore-de-judas por quem me engana...

Já me cansam aqueles que brincam no fogo, os charlatães,
pensam que ignoro o seu jogo... Uns da areia são capitães,
perdidos num Mundo inconsequente, outros são da areia grãos,
inconsequentes pela sua pequenez mas somos todos irmãos,
dizem os crentes, pois os alquimistas dizem só liberdade!,
mas da prisão dos sentimentos escapará alguém com saudade?
E o fole incentiva a chama com que se encarvoa o caldeirão,
e os sentimentos que se complexam quão complexos serão?

Agradecimento especial à Filipa Mendonça, cuja alquimia sentimental continua em estudo...

1 comentário:

  1. Obrigada Paulo... Eu não diria melhor! O estudo continua...

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