domingo, 9 de maio de 2010

POEMA 31

A CALMA DUMA MENTIRA

Estou debaixo dum pinheiro manso
Vejo as nuvens a passar além
Pois só vejo o que me convém
E estou feliz enquanto descanso

Ao vento estou parado, eu danço
Sem um gesto mexo-me com desdém
Ignoro a realidade, estou bem
Faço o fosso em que me lanço

Prefiro a calma desta mentira
Pois é a única maneira de viver
E é um bem que ninguém me tira

Prefiro bem acompanhado do que só
Alguém que a verdade me vá reaver
Mas no fim todos seremos pó
Mesmo que no fim todos ficaremos em pó
Mesmo que ninguém passe de pó

(16/3/2005)

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