quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O início do fim das coisas visíveis

Este foi... o início do fim das coisas visíveis!
Ou talvez tenha sido o desabrochar das risíveis?!
Não quero saber!
O tecto desaba com o peso da responsabilidade
que é viver esta crise do quarto de idade,
seja lá isso o que for...
Pois não quero saber, já disse!
Mas, na eventualidade de mudar de opinião,
os alicerces vão segurando as paredes
e impedindo que tudo desabe
porque, bem se sabe,
a casa tem de estar de pé para arder!
Casa a arder! Trancas à porta!
Fuga adiada e a planta está morta!
Morreu de sede e sabemos o que significa,
aquela planta que me estupidifica,
que me deu asas para voar e agora aterrou,
no sofá onde antes o romance me errou
e tive de corrigir tudo a vermelho e ficou feio...
Já leio, calma que já o leio!
O romance? Não! O poema!
A verdade? Não, o problema!
Qual problema? O existencial?
Não, o racional ou emocional!
Não percebo!
Nem eu!
Nem tu percebes!
Mas estás a ler...
Estás a ver?
Ninguém percebe...

Contudo, um dia, num vale sombrio,
onde agora é areia houve um rio
em que navegavam barcos de papel,
feitos por seres bonitos, doces como mel,
mas ninguém os comia! Por respeito,
apenas por respeito, e não por vontade,
porque eram irresistíveis, de verdade;
pois um dia quebrei as regras e provei
e o que me aconteceu foi... sabedoria!
Gostei e repeti e foi muito bom!
E sou um assassino! Assassino!
E contribuí para um desequilíbrio populacional
entre estes seres vivos melíferos
irresistíveis para mamíferos.

Acordei do sonho e era tarde,
o Sol brilhava no céu e a febre com que arde
é só comparável à minha vontade
de me empanturrar até à saciedade
de raios de luz!
Olhei para o Sol, e com medo de não me chegar,
abri mais os olhos até a sua luz me cegar
e quando me achei cego mas iluminado
acreditei que tudo tinha compensado,
tudo o que fiz para chegar até onde estou:
um lugar ao Sol que me cegou.

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